Hoje o Brasil é responsável por cerca de 12% dos grãos produzidos no mundo, de acordo com dados da FAO (Food and Agriculture Organization). Há dez anos, produzíamos 8% e as estimativas da entidade sinalizam que, até 2018, produziremos 15% da produção mundial. Este cenário positivo se reflete nos números do agronegócio: o setor responde por 25% do PIB do Brasil de 2009, as exportações representam US$ 64,7 bi e o superávit agrícola de US$ 54,9 bi, supera em mais de 100% o da balança comercial brasileira (US$ 24, 6 bi).

Os resultados levantam uma questão recorrente: como a agricultura brasileira se desenvolveu nos últimos 30 anos e fez com que o País passasse de importador de alimentos a um dos maiores exportadores do mundo? O Brasil foi o primeiro país tropical a ter êxito na agricultura e a competir com os países de clima temperado como os Estados Unidos, a Austrália, Argentina, Comunidade Europeia e o Canadá.

Milho: produtividade do grão subiu 250% em 50 anos

Esse êxito pode ser atribuído, em grande parte, ao comprometimento das instituições de pesquisa do País. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), por exemplo, adaptou os solos ácidos do Centro-Oeste para o cultivo de grãos e desenvolveu novos híbridos de milho e variedades de soja. Em paralelo, viabilizou novas práticas pecuaristas, reduzindo o ciclo de engorda do gado para 18-20 meses, por meio do uso da brachiaria que foi importada da África e adaptada às características do Cerrado. A Fundação Mato Grosso e a Fundação ABC no Sul do País são outros exemplos de instituições sérias que também estão contribuindo para o desenvolvimento da agricultura brasileira.

“O Brasil está preparado para ser em breve o maior produtor e exportador de alimentos do planeta”

Antonio Carlos Guimarães,

presidente da Syngenta Proteção de Cultivos na América Latina

 

 

Outro nome por trás do êxito da agricultura é o governo brasileiro. De acordo com a OECD (Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica), o programa agrícola suportou somente 5,7% da receita agrícola do Brasil no período 2005 a 2007, contra 12% nos Estados Unidos e 29% na Comunidade Europeia. Diferentemente dos outros mercados, a política agrícola brasileira não se baseia em subsídios e essa opção estimulou a competitividade dos agricultores, fazendo com que eles financiassem seu próprio crescimento por meio do aumento da produtividade agrícola.

Outro motivo para o êxito da agricultura é o empreendedorismo dos agricultores brasileiros que adotaram novas tecnologias (agroquímicos, maquinário, sementes, biotecnologia), na maioria das vezes, com recursos financeiros próprios. Hoje, o crescimento dessa atividade vem principalmente do aumento de produtividade. Nos últimos 15 anos, ela cresceu 130%, enquanto a área cultivada expandiu 12% no mesmo período.

A produtividade da soja triplicou, nos últimos 50 anos, atingindo a média de três toneladas/ hectare. Com o milho e o arroz, a produtividade cresceu 250%, no mesmo período e na cultura da cana, ela cresceu 150%, abrindo espaço para novos investimentos.

Os investimentos da indústria do agronegócio em Pesquisa e Desenvolvimento corresponderam a 16% do seu faturamento em 2009. Se compararmos à média mundial de 10%, concluímos que a indústria brasileira acredita fortemente no potencial agrícola do País.

O êxito da agricultura brasileira vai impulsionar a economia e assegurar que, nos próximos 50 anos, o País seja capaz de alimentar sua população e exportar alimentos. O Brasil está preparado para ser, nos próximos cinco anos, o maior produtor e exportador de alimentos do planeta.