Mesmo que o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho, tenha afirmando ter sido surpreendido pelas acusações feitas contra a Prevent Senior reveladas recentemente pela CPI da Covid, a versão dele é rebatida na cúpula do colegiado.

Na tarde desta quarta, 6, durante o depoimento de Rebello, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) rebateu a declaração do diretor exibindo mensagens às quais a CPI teve acesso mostrando que a ANS sabia das denúncias contra a Prevent Senior desde abril deste ano, e não tomou providências. “Esse dossiê todo chegou em junho à Agência Nacional de Saúde”, reforçou, ao falar das respostas do denunciante aos pedidos da agência.

“Documentos obtidos pela CPI mostram a omissão da ANS. A agência recebeu, de um médico, a denúncia de que a direção da Prevent Senior estava determinando que seus profissionais adotassem o tratamento precoce. Chegou a pedir provas ao profissional, ele encaminhou, e mesmo assim nada foi feito”, disse Randolfe.

Entre as mensagens destacadas pelo vice-presidente da comissão, estava o recado de uma diretora da Prevent, denominada como “dra. Paola”, que defendia o kit covid. Nas mensagens, a diretora afirmava: “Espirrou, toma a cloroquina”, como uma instrução para lidar com pacientes com covid.

Apesar da acusação, Rebello afirmou que a agência tomou conhecimento do caso apenas nesta segunda-feira (4). “Às 23h40”, ressaltou.

A Prevent Senior se tornou alvo da CPI do Senado após um grupo de 15 médicos que atuaram na operadora entregar um dossiê aos parlamentares em que acusam a rede de servir como uma espécie de “laboratório” do “kit covid”.

Segundo a denúncia, pacientes não eram informados sobre o tratamento e atestados de óbitos eram fraudados para omitir que a morte foi causada pela doença. A empresa nega as acusações e se diz alvo de difamação. A operadora também é investigada pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil de SP.

Em nota divulgada, a Prevent Senior afirmou em que repudia o que chamou de “acusações mentirosas levadas anonimamente à CPI da Covid e à imprensa”.