21/09/2023 - 10:17
Rio, 21 – O rebanho bovino brasileiro alcançou um recorde de 234,4 milhões de animais em 2022, uma alta de 4,3% em relação a 2021. Os dados são da pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O crescimento no número de animais esteve associado ao processo de retenção de fêmeas para reprodução, que teve início no final de 2019, incentivado pelos bons preços pagos pelo bezerro”, apontou o IBGE.
O crescimento do rebanho levou a uma retomada no abate, que avançou 7,5% em 2022 ante 2021, após dois anos de recuos.
“As exportações de carne bovina in natura apresentaram aumento de 27,6% em volume e de 48,2% em faturamento em relação ao ano de 2021, melhor resultado da série histórica apresentado pela Secretaria de Comércio Exterior – Secex, do Ministério da Economia, tendo como principal destino a China.
O ano de 2021 foi marcado por embargos chineses à carne bovina brasileira. Em 2022, com a interrupção de tais embargos, o ritmo de exportação da carne bovina in natura nacional retomou as forças”, relatou o instituto.
O Centro-Oeste concentrava 77,2 milhões de cabeças, após uma alta de 2,3% no número de animais ante 2021, o equivalente a 32,9% do rebanho nacional. O Norte teve o maior aumento no rebanho no ano, 8,8%, chegando a 60,6 milhões de animais, uma fatia correspondente a 25,9% do total nacional. No Sudeste, o rebanho subiu 1,4% em 2022, para 39,0 milhões de animais, 16,6% de participação no total nacional; no Nordeste, alta de 6,0% ante 2021, para 33,2 milhões de animais, uma fatia de 14,2% do rebanho brasileiro; e o Sul, aumento de 2,8% no número de animais, com 24,3 milhões de bovinos, 10,4% do rebanho nacional.
No ranking estadual, Mato Grosso liderou a criação de bovinos, com 14,6% do efetivo nacional, 34,2 milhões de animais. O Pará subiu à segunda colocação em 2022, com 24,7 milhões de animais, 10,6% do rebanho nacional, seguido por Goiás, com 24,4 milhões de bovinos, uma participação de 10,4%.
O município de São Félix do Xingu, no Pará, manteve a liderança do ranking municipal de efetivo de bovinos, com 2,5 milhões de cabeças, o equivalente a 10,2% do efetivo paraense, 4,2% da Região Norte e 1,1% do total brasileiro. O segundo lugar foi de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com 2,0 milhão de animais, 10,8% do efetivo estadual, seguido por Porto Velho, em Rondônia, com 1,7 milhão de bovinos, 9,5% do rebanho rondoniense.
Leite
A produção nacional de leite foi de 34,6 bilhões de litros em 2022, uma queda de 1,6% em relação a 2021.
“No ano de referência, foi observado um abandono da atividade por produtores menores, que têm visto os valores dos insumos aumentarem e concluído que o arrendamento da terra para a produção de grãos, atividade em expansão em partes do País, proveria um melhor retorno financeiro”, justificou o IBGE.
A Região Sul manteve a liderança na produção de leite, com 33,8% da produção nacional, seguida pelo Sudeste (33,6%). O Nordeste foi a única região com aumento de produção no ano, com uma fatia de 16,5% do total nacional, sucedido pelo Centro-Oeste (11,0%) e Norte (5,1%).
No ranking estadual, Minas Gerais deteve a maior produção, 9,4 bilhões de litros de leite, o equivalente a 27,1% da produção nacional. Paraná produziu 4,5 bilhões de litros, 12,9% do total nacional, e Rio Grande do Sul deteve 4,1 bilhões de litros, uma fatia de 11,8%.
Entre os 5.494 Municípios com alguma produção de leite de vaca, Castro, no Paraná, se destacou com 426,6 milhões de litros, 1,2% do total nacional. A segunda posição ficou com Carambeí, no Paraná, com 255,6 milhões de litros, uma fatia de 0,7% da produção brasileira, seguido por Patos de Minas, em Minas Gerais, com 199,0 milhões de litros, 0,6% de participação.
“Por meio da diferença entre o total de leite produzido no Brasil (34,6 bilhões de litros), apurado pela PPM (Produção da Pecuária Municipal), e a quantidade de leite cru adquirida pelos laticínios sob inspeção sanitária (23,9 bilhões de litros), obtida pela Pesquisa Trimestral do Leite, também do IBGE, é possível inferir que o volume de leite submetido à inspeção sanitária correspondeu a 69,1% do total nacional em 2022”, destacou o IBGE.
O efetivo de vacas ordenhadas foi de 15,7 milhões de cabeças, queda de 1,0% em relação a 2021. A produtividade média nacional ficou em 2.199 litros por vaca por ano.
O preço médio nacional pago ao produtor pelo litro de leite subiu 19,7%, resultando em uma média de R$ 2,31 por litro em 2022. O valor de produção totalizou R$ 80,0 bilhões, aumento de 17,7% ante o ano anterior.
“O preço do leite continuou em ritmo de crescimento no ano de 2022, fruto da baixa oferta de leite no campo, que levou a uma competição mais acirrada pelo produto por parte dos laticínios, atingindo cotações recordes ao longo do 3º trimestre e aumento das importações ao longo do ano”, explicou o instituto.