São Paulo, 12 – A receita cambial com as exportações brasileiras de carne bovina in natura e processada recuou 37% em março ante igual mês de 2022, para US$ 709,4 milhões. O volume foi 20% menor em comparação com igual mês do ano passado, totalizando 162.814 toneladas, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No total, 69 países aumentaram suas importações, enquanto outros 75 reduziram as compras do produto do Brasil.

Segundo a associação, a queda reflete a suspensão das exportações para a China, principal parceiro comercial do País. O autoembargo do Brasil em relação aos embarques de proteína para a China ocorreu após um caso atípico de mal da vaca louca registrado no Pará no fim de fevereiro passado. Os chineses anunciaram a reabertura do mercado em 23 de março, 29 dias após a decisão do Brasil.

Além da suspensão das vendas à China, a queda nos preços médios das exportações também contribuiu para o resultado do mês de março, segundo a Abrafrigo. Em março de 2023, o preço médio das exportações totais foi de US$ 4.537 por tonelada, queda de 21,15% em relação a março de 2022, de US$ 5.525.

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No primeiro trimestre do ano, a Abrafrigo destaca que o faturamento alcançou US$ 2,255 bilhões, enquanto o volume embarcado foi de 498.888 toneladas. Na comparação com igual período de 2022, quando a receita ficou em US$ 2,895 bilhões e 542.410 toneladas foram exportadas, a diminuição é de 22% na receita e de 8% no volume.

“Os preços médios de exportação da carne bovina brasileira estão caindo principalmente em virtude da redução dos preços de venda à China, que acumulam perda de 22,7% nos primeiros três meses do ano, passando de US$ 6.339 por tonelada em igual período de 2022, para US$ 4.899 este ano”, diz a associação.

O gigante asiático continua como o maior importador da carne bovina do País. Nos três primeiros meses do ano, a China adquiriu 245.632 toneladas, proporcionando receitas de US$ 1,557 bilhão. Os Estados Unidos aparecem na sequência, com US$ 254,5 milhões (-28,6%) em receita e 57.990 toneladas (-16,9%) em volume. Em terceiro lugar, o Chile foi responsável por US$ 90,9 milhões em receita no período, com a aquisição de 19.259 toneladas (+3,1%). O quarto maior importador foi o Egito, com receita de US$ 77,6 milhões (-53,7%) e com compras de 22.150 toneladas (-49,3%). Na quinta posição está Hong Kong, que foi responsável pela compra de 24.856 toneladas e receita de US$ 76,4 milhões no período.