10/12/2015 - 16:36
As exportações brasileiras de carne bovina devem encerrar 2015 com receita de US$ 6 bilhões e 1,4 milhão de toneladas, recuo de 17% em valor e de 7% em quantidade, em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram embarcadas 1,5 milhão de toneladas por US$ 7,2 bilhões.
De janeiro a novembro, a receita atingiu US$ 5,4 bilhões, queda de 17%, para 1,3 milhão de toneladas, retração de 10%. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) nesta quinta-feira, 10, em São Paulo.
A retração se deve especialmente à queda nas compras de Rússia e Hong Kong, principais mercados do produto brasileiro. “Deixamos de exportar US$ 1,2 bilhão para estes mercados”, diz Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec.
Hong Kong reduziu em 25,1% a quantidade adquirida. O país asiático fechou o ano com 264,6 mil toneladas negociadas por US$ 975,5 milhões, queda de 37%. As vendas para a Rússia recuaram 57,5% em receita e 49,5% em quantidade. Foram 166,1 mil toneladas, por US$ 542,6 milhões
Para 2016, a expectativa da Abiec é de retomada desse mercado perdido. A entidade calcula negócios da ordem de US$ 7,5 bilhões e 1,7 milhão de toneladas. As bases para esta projeção são a abertura do mercado dos Estados Unidos para a carne in natura e o aumento da participação do produto brasileiro no mercado chinês. “O que esperávamos para 2015 deve acontecer em 2016”, diz Camardelli. O presidente de Abiec acredita que as exportações de carne in natura para os Estados Unidos terão início no segundo semestre e devem render ao País US$ 102 milhões, entre julho e dezembro de 2016. Para que as exportações tenham início ainda é preciso que os dois países tenham a aprovação da equivalência dos sistemas de inspeção. “Esperamos que isso aconteça no primeiro semestre do ano que vem”, diz Fernando Sampaio, diretor executivo da Abiec.
A fase seguinte será a habilitação dos frigoríficos, que funciona a partir de uma lista pré-aprovada pelo governo brasileiro e que é submetida aos americanos. Atualmente, há 17 frigoríficos brasileiros habilitados para embarcar carne processada aos Estados Unidos.
Já a China é, na avaliação de Camardelli, “um presente de natal antecipado”. O país respondeu por 6% das exportações brasileiras em 2015, com a aquisição de 81,3 mil toneladas. O futuramento subiu 8% ante 2014, o equivalente a US$ 401,3 milhões. “A China passa a ser a nossa primeira alternativa á Europa, para negociar a carne de alto valor agregado.”
Oito plantas já estão habilitadas a exportar para a China e a expectativa é que até final de janeiro outras quatro unidades de abate de bovinos sejam aprovadas. “Isso indica que teremos uma demanda perene de 25 mil toneladas por mês e uma receita de US$ 1,3 bilhão no ano que vem”, afirma Camardelli. “A China deve passar a ser nosso primeiro mercado.”
