As receitas com as exportações do agronegócio do Brasil apresentaram recuo de 5,8% em novembro em relação ao mesmo período do ano passado, levando os totais obtidos no acumulado de 2024 para um patamar negativo, de acordo com dados do Ministério da Agricultura publicados nesta terça-feira,17.

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Em novembro, as exportações do agronegócio caíram para 12,7 bilhões de dólares, enquanto os totais no ano recuaram apenas 0,3% na comparação com o recorde do mesmo período de 2023, para 152,6 bilhões de dólares.

Os resultados das exportações do agronegócio estão sendo pressionados em 2024 por menores embarques e preços da soja em grão, que resultaram em uma redução de 18% na receita exportadora, para 42,1 bilhões de dólares, até novembro.

Apesar do desempenho mais fraco do grão (principal produto de exportação do agronegócio), o farelo de soja registra aumento de volumes, indicando um recorde histórico nos totais embarcados em 2024. Com preços em baixa, este produto também apresenta recuo na receita de 15,5% no acumulado do ano para 8,9 bilhões de dólares.

Por outro lado, as carnes, com volumes recordes em 2024, ajudaram a compensar parte da queda da receita com as exportações do complexo soja do Brasil.

As exportações da indústria de bovinos, suínos e de frango atingiram 23,9 bilhões de dólares, alta de quase 12%, segundo dados do ministério.

O café também vem sendo outro destaque positivo, em meio a volumes e preços recordes. A receita com as exportações atingiu 11,2 bilhões de dólares, alta de 54,7% na comparação com janeiro a novembro do ano passado.

Outro destaque de alta é o setor sucroalcooleiro, com as exportações de açúcar crescendo no ano quase 26%, para 17,3 bilhões de dólares, com maiores volumes e preços em leve queda.

Em nota, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua, disse que os resultados da diversificação de mercados e produtos começam a aparecer “de forma concreta na balança comercial”.

“Os produtos menos tradicionais da pauta exportadora incrementaram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior”, afirmou ele.

Segundo Rua, isso traz boas perspectivas para 2025, quando se espera também uma recuperação das safra de soja e milho, após quebras principalmente por problemas climáticos em 2024.

O diretor do ministério disse que a “continuidade das aberturas de novos mercados, a maturação comercial das aberturas já realizadas e a intensificação das ações de promoção comercial” devem permitir avanços “qualitativos e quantitativos nas exportações do agronegócio brasileiro”.