09/10/2013 - 17:31
Produtores dos mais diferentes continentes estão abrindo uma nova porteira: a que dá acesso ao mundo das redes sociais. Segundo o livro O futuro da agricultura, lançado pelo rabobank, a maior cooperativa de crédito da Holanda, em setembro, essas mídias serão fundamentais para alavancar negócios. Estima-se que, nos estados unidos, 76% dos produtores estejam conectados, participação que chega a 53% no reino unido. Na Austrália, em alguns anos, a previsão é de que 33% dos produtores façam parte desse tipo de rede. Mas o Facebook, com um total de um bilhão de usuários, e o twitter, com 554 milhões de pessoas, não bastam. Estão ganhando popularidade as redes sociais especializadas, que nasceram com o objetivo de unir justamente o público do campo. O “Mark Zuckerberg do agronegócio” é argentino e se chama Mariano Torrubiano. Em 2012, ele criou o Sojabook, um projeto que surgira um ano antes, após observar um agricultor postando fotos no Facebook, durante uma feira agrícola. “A ideia era criar algo similar ao Facebook, mas com outra identidade”, diz Torrubiano. “Percebi que o produtor precisava de um espaço próprio para falar do campo e realizar negócios.” Hoje, o Sojabook conta com cerca de 20 mil usuários, metade deles brasileiros. Não à toa, Torrubiano está buscando parceiros para abrir um escritório por aqui. “Os brasileiros são os mais ativos no site, o que nos leva a adaptar a rede para expandir seu uso no País.”
Torrubiano quer que o Sojabook se torne um ponto de encontro vir tual para todo o agronegócio e alcance 60 mil usuários até 2015. Além dos perfis, grupos de discussão e salas de bate-papo, a rede oferece espaço para classificados, com anúncios gratuitos, e até mesmo uma seção com cadastro de especialistas, para sanar as dúvidas dos participantes. “A rede funciona porque existe um interesse comum que une todos os participantes”, diz Torrubiano. “É o lugar ideal para compartilhar informações e experiências.”
Se o desejo é buscar uma oportunidade de trabalho e divulgar o currículo, a opção é a rede Conectagro, que mais se assemelha ao linkedin. Criada pela instituição de ensino Rehagro, de Belo Horizonte, a Conectagro tem hoje cerca de 2,7 mil usuários, com perfis ativos, principalmente médicos veterinários, zootecnistas e agrônomos. Outro site brasileiro, na estrada há mais tempo, é a rede Social do Café, que surgiu em 2006, por iniciativa da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. Atualmente, essa rede, com 4,4 mil participantes, é exclusiva para a cultura do café, alimentada principalmente por professores e estudantes universitários, para a divulgação de pesquisas.