21/11/2017 - 13:04
O Ministério da Agricultura vai investir na revitalização da economia cacaueira do Brasil, com o objetivo de diminuir a dependência do mercado externo. A expectativa é que a produção de amêndoas cresça 50%, para 300 mil toneladas anuais, em cinco anos. Uma das ações para atingir essa meta é a reestruturação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, referência em pesquisa, ensino, capacitação e apoio à cacauicultura. A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau estima a moagem em 220 mil toneladas para este ano, o mesmo volume de 2016, mas abaixo da demanda interna que é de 275 mil toneladas. Por isso, as indústrias do País terão de importar 55 mil toneladas de amêndoas.
UNIVERSIDADE
Bem na fita
No mundo são realizados vários rankings para medir a eficiência das escolas de nível superior. No mês passado, foi divulgado o NTU Ranking, da Universidade Nacional de Taiwan, na Ásia, referência mundial em ensino. A Universidade de São Paulo foi a quarta colocada em ciências agrícolas. O páreo avaliou a produção científica de 800 instituições de ensino. Já a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, de Piracicaba (SP), ficou em quinto lugar, em ciências agrárias, no ranking da publicação U.S. News and World Report, que classifica as melhores faculdades do mundo em 22 áreas do conhecimento.
SOJA
Certificação é a meta
A alemã Bayer, que faturou globalmente E 46,8 bilhões em 2016, e a gestora holandesa de cadeia de suprimentos agrícolas Cefetra, especializada em produção certificada de soja responsável, estão colhendo os frutos de um programa em parceria para o uso de boas práticas e o aumento da produtividade com base na agricultura sustentável. No Brasil, das 31 fazendas de Mato Grosso que entraram no projeto, na safra passada, 17 receberam o Certified Responsible Soya Standard (CRS), da Cefetra. No total, 390 mil toneladas da oleaginosa foram certificadas em 122 mil hectares. As duas empresas pretendem expandir a ação para outras regiões no ciclo atual.
MUDAS DE EUCALIPTO
Robôs no comando
No mês passado, a Fibria, empresa brasileira líder do setor de celulose de eucalipto a partir de florestas plantadas, realizou uma ação inédita. Inaugurou o primeiro viveiro automatizado de mudas de eucalipto do mundo na unidade em Três Lagoas (MS). “Todas as operações são feitas com base em inteligência artificial”, afirma Tomás Balistiero, gerente geral de Operações Florestais. “Trouxemos a mais avançada tecnologia de automação da Holanda, onde é utilizada no cultivo de plantas ornamentais.” A companhia possui 1 milhão de hectares de florestas, sendo 633 mil hectares de florestas plantadas.
CAFÉ
Cápsulas para adubo
Agora, toda cápsula de café da marca brasileira Orfeu, de Botelho (MG), certificada pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), depois de usada, pode virar adubo. Isso porque, no mês passado, a empresa começou a colocar no mercado cafés em cápsulas biodegradáveis e compostáveis, fabricadas com bioplástico. “Conseguimos dar um grande passo para tornar sustentável o consumo e o descarte de cápsulas de café, que são compatíveis com as máquinas Nespresso”, diz Amanda Capucho, diretora geral dos cafés especiais da empresa. No tratamento de lixo orgânico, a embalagem tem um ciclo de até quatro meses para se degradar e se transformar em adubo. A novidade já recebeu o Rótulo Ecológico ABNT, que garante que o produto certificado é a melhor opção para o meio ambiente e atesta a responsabilidade socioambiental no processo produtivo, da plantação até a embalagem.
TECNOLOGIA
Site redesenhado
A brasileira GenSys, empresa de genética e assessoria em gado de corte com sede em Porto Alegre (RS), redesenhou o seu site. As novidades são as versões atualizadas dos sumários de touros 2017 Natura, com avaliação de 533 animais das raças angus e brangus; Aliança, com dados de 745 reprodutores nelore; e Conexão DeltaG, com análise de 255 animais das raças hereford e braford. Pela web, o usuário pode verificar o desempenho genético de cada touro na forma de gráfico. Além disso, a área dos clientes fornece os relatórios das avaliações e inclui filtros para acessar os dados dos animais. Em breve, o módulo Ceip e o Programa de Acasalamento Dirigido também poderão ser acessados.
AGRICULTURA
Um caminhão de boas práticas
Em janeiro deste ano, o projeto piloto Expedição da Agricultura para a Vida, da Dow Agro Sciences Brasil, subsidária da americana Dow Chemical Company, que faturou globalmente US$ 6,2 bilhões em 2016, saiu rumo ao Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, com um caminhão itinerante e a missão de disseminar os conceitos de boas práticas. Pelo caminho, ensinou sobre o manejo integrado de pragas e demonstrou as técnicas e os cuidados na aplicação de defensivos agrícolas. A ação vai continuar em 2017, visitando novos municípios.
AMAZÔNIA LEGAL
Desmatamento em queda
O agronegócio tem realizado, com sucesso, ações para conciliar a produção de alimentos com a conservação dos recursos naturais no Brasil. Um exemplo é a redução de 16% no desmatamento na Amazônia Legal, entre agosto de 2016 e julho deste ano. A boa notícia foi anunciada no mês passado, pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite, que apontou redução no corte raso no bioma de 6,6 mil quilômetros quadrados, ante 7,9 quilômetros quadrados no período anterior. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, que coordena o setor privado na Moratória da Soja, pacto de desmatamento zero na região, firmado em 2006, a queda se deve ao Cadastro Ambiental Rural, que tem ajudado a regularização ambiental de propriedades rurais.
SUSTENTABILIDADE
Parceria do bem
Em outubro, o banco holandês Rabobank apresentou o Kickstart Food, um programa global de crédito, subsídios e consultoria, para a recuperação de terras degradadas e florestas. O valor destinado aos clientes da instituição é de US$ 1 bilhão nos próximos três anos. O projeto que nasceu em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o World Wildlife Fund (WWF) e o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável não será estendido aos cerca de 40 países nos quais o banco atua, mas aos mercados em desenvolvimento, como o Brasil e a países da África. Somente no País, os clientes do banco possuem 17 milhões de hectares. A carteira brasileira de crédito do Rabobank é de
R$ 16 bilhões.
CERTIFICAÇÃO
A carne sustentável do Pantanal
O Protocolo de Carne Sustentável, primeira certificação de bovinos do País com preocupação ambiental, foi assinado em outubro pela WWF-Brasil, Associação Brasileira de Produtores Orgânicos e Korin Agropecuária, que deve faturar R$ 154 milhões em 2017. Essa empresa fará a comercialização da carne de gado com o selo, criado a pasto na região, que representa a maior extensão alagada contínua do planeta, no total de 150 mil quilômetros quadrados, sendo 65% da área em Mato Grosso do Sul e 35% em Mato Grosso. Bem-estar animal e rastreabilidade são os objetivos do projeto que veta o uso de produtos químicos no solo e prevê a adoção de boas práticas produtivas, como a utilização de pastagens nativas, a proteção de recursos hídricos e a recuperação de áreas degradadas. A iniciativa reproduz o modelo tradicional do pantaneiro, que ocupa a região há mais de 200 anos com a pecuária, garantindo a preservação de 82% do pantanal.
AGRONDÚSTRIA
Melitta expande
O grupo alemão Melitta, especialista em café, vai construir a quarta fábrica da empresa no País, em Varginha, no sul de Minas Gerais. O investimento é de R$ 8 milhões e a expectativa é faturar R$ 200 milhões nessa unidade, nos próximos quatro anos, com o processamento de café torrado e moído. A fábrica deve entrar em operação no segundo semestre de 2018. A receita da subsidiária brasileira deve ser de R$ 1,6 bilhão em 2017, 15% acima dos R$ 1,4 bilhão do ano passado. O valor representa o segundo maior faturamento do grupo em todo o mundo, atrás somente da matriz, na Alemanha.
MEIO AMBIENTE
Lição de casa
O programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas levou o Brasil ao topo do mundo. Em outubro, o Sistema Campo Limpo atingiu um grande marco: em 15 anos, 450 mil toneladas do material tiveram destinação ambientalmente correta. Nesse período, 572 mil toneladas de dióxido de carbono deixaram de ser emitidas. Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, o País é o campeão mundial e recicla 94% das 478,7 mil toneladas de vasilhames utilizados no campo e está à frente, por exemplo, dos Estados Unidos, com 33%.
ETANOL
Abaixo o dióxido de carbono
O aumento da área de cana-de-açúcar pode ser uma solução para o Brasil atingir a meta do acordo climático de Paris 2017, assinado por 195 nações (Estados Unidos não ratificou o acordo) para limitar o aumento da temperatura global do planeta em menos de 2°C. Segundo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em conjunto com a Universidade de São Paulo, divulgado no mês passado pela publicação científica americana Nature Climate Change, a expansão da área brasileira de cana no Brasil para a fabricação de etanol poderia reduzir as emissões globais de dióxido de carbono em até 5,6%. Para isso, o País teria que expandir a área de cana para 116 milhões de hectares. A área total de cana da safra 2017/2018 é estimada em 10,2 milhões de hectares.
CARNE DE FRANGO
China tem fome de proteína animal
Os embarques de carne frango para a China têm crescido, desde o ano 2010, quando o Brasil começou a se destacar como principal fornecedor do país. E a tendência é ampliar ano a ano. Para 2018, o Departamento de Agricultura americano estima que o tigre asiático deva aumentar suas importações em 7%, para cerca de 500 mil toneladas (excluindo a compra de pés de frango). E prevê o predomínio brasileiro, pois a ocorrência de influenza aviária tem impedido a entrada de outros exportadores no mercado chinês. Até 2009, os Estados Unidos eram o principal supridor, com quase 75% dos embarques, mas há três anos, o comércio entre os dois países está fechado, por conta do surto da doença que atingiu o país americano.