Um dia após ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes em Brasília, manifestantes bolsonaristas começaram a desocupar na manhã desta segunda-feira o acampamento montado em frente ao Comando Militar do Leste (CML), no centro do Rio de Janeiro.

A desocupação ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicar uma decisão no início da madrugada desta segunda-feira, determinando a “desocupação e dissolução total” dos acampamentos em até 24 horas.

“A DESOCUPAÇÃO E DISSOLUÇÃO TOTAL, em 24 (vinte e quatro) horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos e prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes previstos nos artigos 2ª, 3º, 5º e 6º (atos terroristas, inclusive preparatórios) da Lei nº13.260, de 16 de março de 2016 e nos artigos 288 (associação criminosa), 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) e 359-M (golpe de Estado), 147 (ameaça), 147-A, parágrafo 1º, III (perseguição), 286 (incitação ao crime)”, decidiu.

Agressão a fotógrafo

Cerca de 50 manifestantes começaram a retirar barracas, toldos e pallets usados no acampamento. A desocupação ocorre sem a presença da Polícia Militar e da Guarda Municipal. No início da manhã, um fotógrafo da Agência Futura, a serviço do jornal Folha de S.Paulo, foi agredido por um grupo. Ele foi cercado e ameaçado pelos bolsonaristas.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), prometeu retirar o acampamento bolsonarista até a noite de hoje. O governador Cláudio Castro afirmou que a Polícia Militar só deve usar a força caso os manifestantes resistem à desocupação.