Líderes do AGRO 2024

Por Hugo Cilo

Quando passou pela catraca da Lavoro pela primeira vez, em 2018, o executivo paulistano Ruy Cunha parecia um estranho no ninho. Recrutado pela maior distribuidora de insumos agrícolas da América Latina para a área de business development, ele era um dos poucos na companhia que tinha pouca experiência com o barro no pé. Engenheiro da General Motors (GM) durante sete anos, diretor da americana Booz Allen Hamilton por outros cinco anos e executivo da fabricante de máquinas AGCO por outros sete anos, Cunha estava decidido a cultivar uma nova trajetória para sua carreira. Pela primeira vez, foco passou a ser agroquímicos, fertilizantes e sementes“O cenário era desafiador para mim. Por isso mesmo, aceitei o desafio de atuar em uma área com potencial gigantesco no Brasil”, afirmou Cunha.

A decisão, a julgar pelo desempenho da companhia, foi acertada. Sob comando de Cunha, a Lavoro virou uma máquina de resultados.
 Na liderança absoluta do setor de distribuição de insumos agrícolas do Brasil, a Lavoro teve uma receita de R$ 7,7 bilhões durante o ano safra de 2022.
• Foi o maior faturamento de sua história.
 A cobertura da empresa abrange cerca de 60 milhões de hectares em toda a América Latina.

A expansão por meio de M&A sempre esteve na estratégia de negócios da Lavoro. Desde o início de suas operações, em 2017, a empresa completou 24 aquisições, tornando-se a líder em distribuição de insumos no Brasil e Colômbia em um curto período.

Além disso, o grupo segue fortalecendo suas marcas próprias de agroquímicos, fertilizantes foliares e biológicos. A Lavoro conta com mais de 215 distribuidoras no Brasil, na Colômbia e no Uruguai, e mais de mil representantes técnicos de vendas.

Mas o pulo do gato da gestão de Cunha na Lavoro foi a transformação da empresa. Em vez de uma distribuidora de insumos agrícolas, a companhia se tornou um hub de serviços voltados ao agronegócio.

Essa estratégia, segundo Cunha, se deu em três etapas.
• A primeira, consolidar a Lavoro em uma megadistribuidora por meio de crescimento orgânico e aquisições.
 A segunda, expandir o uso de novas tecnologias para oferecer, principalmente, serviços financeiros. Em parceria com Banco do Brasil e BTG, por exemplo, a Lavoro começou a oferecer seguro agrícola para seus clientes.
 A terceira, e última, investir na oferta de alta tecnologia. Entre eles estão testes de solo de última geração, mapeamento do DNA do solo e testes imediatos de solo, com inovações trazidas da Alemanha.

“Para sermos mais assertivos na proposta de valor para nossos clientes, o uso de tecnologia é fundamental”, disse Cunha. “Quando se aplica a agricultura de precisão, o Brasil é imbatível no mundo”, afirmou.