10/08/2017 - 8:00
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou, em relatório sobre a oferta e demanda global de café, que o Brasil deve produzir 52,1 milhões de sacas na safra 2017/2018. A safra de café arábica deve chegar aos 40,5 milhões e de conilon deve atingir 11,6 milhões de sacas.
Soja
Safra além da conta
A supersafra de soja para o ciclo 2016/2017, estimada em 113,2 milhões de toneladas pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), levou a entidade a rever os cálculos do preço médio do grão. A oferta brasileira em alta, aliada às condições favoráveis para o grão que começa a ser plantado nos Estados Unidos na safra 2017/2018, deve pressionar as cotações. Assim, a Abiove prevê que o preço médio da soja deva ficar em US$ 370 a tonelada neste ano, ante a média de US$ 375 no ano passado.
Mercado
Lácteos tropeçam
No mês passado, a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) apresentou a balança comercial do setor nos primeiros cinco meses de 2017. Na comparação com 2016, o mercado tem andado de lado: está gastando mais recursos para importar lácteos, enquanto o valor das exportações caíram. Neste ano, o gasto com as compras externas já somam US$ 272 milhões, valor 33,2% acima do ano anterior. Enquanto isso, as vendas renderam apenas US$ 50,7 milhões, 2,7% abaixo do ciclo anterior.
Laranja
Sem aperto
O banco cooperativo Rabobank mostra em sua análise de mercado, apresentada em junho, que a partir deste mês devem começar a ser fechados os contratos de venda de suco de laranja para o segundo semestre do ano. De acordo com a instituição, os preços tendem a permanecer no patamar de US$ 2,3 mil a US$ 2,5 mil por tonelada de FCOJ (sigla em inglês para suco natural, concentrado e congelado). A demanda pela fruta deve permanecer elevada até o fim da safra em São Paulo, com uma produção de cerca de 300 milhões de caixas na safra 2017/2018.
Cana-de-açúcar
Copersucar faz caixa
Com os preços favoráveis ao setor sucroenergético na safra 2016/2017, a trading Copersucar faturou R$ 28,3 bilhões no ciclo, 7,6% a mais do que na safra 2015/2016. Os dados sobre o desempenho da maior comercializadora global de açúcar e etanol foram apresentados no mês passado pelo presidente do conselho de administração da companhia, Luís Roberto Pogetti. O lucro líquido do complexo que reúne 35 usinas associadas também subiu. Passou de R$ 32 milhões para os atuais R$ 254,4 milhões.
Coreanos
Selecta sob nova direção
O grupo sul-coreano CJ CheilJedang comprou 90% da Selecta, companhia brasileira com sede em Goiânia, que era controlada pela chilena Corpesca. O negócio foi fechado em junho por US$ 321,3 milhões. A Selecta, que esmaga 700 mil toneladas de soja por ano, fabrica ingredientes para alimentação humana e animal. O faturamento da empresa é de cerca de US$ 360 milhões anuais. Já o grupo coreano, que nasceu na década de 1950 como uma afiliada da gigante Samsung, fatura cerca de US$ 30 bilhões.
Exportações
China amiga
As exportações do agronegócio somaram, nos primeiros cinco meses deste ano, US$ 38,8 bilhões. Os dados apresentados pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no mês passado, mostram um avanço de 5,9% na comparação com 2016. O principal destino das vendas lá fora continua sendo a China, com a cifra de US$ 12,9 bilhões. Os Estados Unidos se mantêm como segundo cliente, com US$ 2,5 bilhões, seguido pelos Países Baixos, com US$ 1,7 bilhão.
Análise do Mês
Petrobras perdeu participação no mercado interno de combustíveis?
Desde 2009, tem sido quase impossível enxergar outras companhias, além da Petrobras, conquistando uma maior participação no mercado de combustíveis no Brasil. Enquanto a estatal foi capaz de afastar a concorrência, ao controlar os preços, ao mesmo tempo enfrentava dificuldades para se beneficiar do elevado controle no mercado interno, uma vez que as importações eram realizadas com prejuízo. Desde a chegada de Pedro Parente, que tomou posse como presidente em maio de 2016, a Petrobras tem remodelado a sua estratégia. Parente anunciou medidas para reduzir sua dívida. A nova política de preços tem um papel central para equalizar as contas.
Como resultado, entre janeiro e abril de 2016, quando a companhia tinha decidido manter os preços acima da paridade de importação, a participação da Petrobras, nas vendas de gasolina no mercado interno, caiu de 97,6% para 94,6%. Ao adotar preços mais em linha com a paridade internacional, a participação no mercado interno a 84%, em dezembro de 2016, foi a menor desde janeiro de 2011. No mercado de diesel, as perdas na participação no mercado interno foram mais acentuadas, ao cair para 76,3% em dezembro de 2016, a menor já registrada no histórico de vendas compiladas desde janeiro de 1998.Agora, tudo indica que a política de preços da Petrobras para a gasolina e o diesel tem levado em conta não apenas a paridade com o mercado externo, mas também o seu interesse em escoar a gasolina gerada no processo de refino.