O secretário de Política Econômica da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira, 4, que a inflação no Brasil “vai rodar junho e julho com valores elevados”.

Em meio à pressão de preços trazida por alimentos e combustíveis, o mercado financeiro projeta atualmente altas de 0,44% para o IPCA – o índice oficial de preços – em junho e de 0,32% em julho, conforme o Relatório de Mercado Focus.

Sachsida disse, no entanto, que confia no trabalho do Banco Central no controle da inflação. “Vamos terminar ano com inflação dentro da meta”, afirmou. Conforme o secretário, “com o lado fiscal consolidado”, o governo conseguiu ancorar as expectativas de inflação. “Consolidar o lado fiscal está no melhor interesse da população. Não é questão de ideologia”, defendeu.

O secretário lembrou ainda que os programas emergenciais para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus, lançados no ano passado, foram encerrados em dezembro, com efeitos positivos para a área fiscal. Ao mesmo tempo, ele pontuou que alguns programas emergenciais estão voltando agora, em 2021, por causa da intensidade da pandemia.

Sachsida disse ainda que, este ano, o País passará por “recuperação forte” do emprego, tanto no setor formal quanto no informal.

O secretário participa hoje do evento virtual ‘Crescimento econômico de curto e longo prazo: oportunidades e desafios’, promovido pelo Observatório do Federalismo Brasileiro (OFB).

PIB

Sachsida afirmou que é “questão de tempo” até que as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 cheguem à casa dos 5%.

Atualmente, o mercado financeiro projeta alta de 3,96% para o PIB este ano, conforme o Relatório de Mercado Focus. Já o Banco Central projeta elevação de 3,6%, após a retração de 4,1% registrada no ano passado.

“Em 2021, o PIB brasileiro vem se recuperando”, disse o secretário. “A recuperação é em V, como o ministro (da Economia) Paulo Guedes havia dito.”

Sachsida afirmou ainda que, apesar de as projeções de crescimento estarem melhorando, é preciso insistir na estratégia de consolidação fiscal e reformas econômicas. “O Brasil está cansado de ‘voo de galinha'”, afirmou, em referência aos crescimentos não sustentáveis registrados pelo País ao longo dos anos.