São Paulo, 14 – A safra brasileira de café (arábica e conilon) de 2023 está estimada em 55,10 milhões de sacas, o que corresponde a um crescimento de 8,2% em relação à colheita registrada em 2022 (50,92 milhões de sacas). “Mesmo sob o ciclo de bienalidade negativa, a produção foi superior em comparação com a safra passada, a qual foi acometida por baixas precipitações pluviométricas, longas estiagens e temperaturas acima do normal durante parte do seu desenvolvimento, mostra o 4º e último levantamento da cultura para safra 2023, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 14.

O resultado também representa aumento de 1,36% em comparação com o 3º levantamento, divulgado em 20 de setembro passado, que indicava produção de 54,36 milhões de sacas.

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Conforme a Conab, o incremento é influenciado pela recuperação da produtividade, em torno de 6,3%, chegando a 29,4 sacas colhidas por hectare. Aliado a isso, a estatal verificou uma elevação de 1,8% na área em produção, chegando a 1,87 milhão de hectares. Já a área em formação teve uma queda de 9,5%, sendo estimada em 361,6 mil hectares.

O bom resultado é reflexo da recuperação da produção das lavouras de café arábica, que representa 70,7% do volume total de café produzido no País, disse a estatal. Com produção de 38,9 milhões de sacas, crescimento de 18,9% sobre a safra anterior, esta espécie apresenta incremento de 2,3% na área em produção, aliado ao ganho estimado em 16,2% na produtividade, ocasionado pelas condições climáticas mais favoráveis em relação às últimas duas safras.

Se o arábica registra alta na produção, para o conilon é esperada uma queda de 11,2% em relação à safra passada. A colheita estimada pela Conab alcança 16,17 milhões de sacas. Mesmo com a redução confirmada, esta é a terceira maior colheita registrada para a espécie. Esse resultado é reflexo da menor produtividade verificada, influenciada pelas condições climáticas adversas registradas no principal estado produtor, Espírito Santo, que impactou parte das lavouras, principalmente em fases iniciais do ciclo.

Segundo a estatal, o volume colhido é o terceiro maior da série histórica e acontece mesmo este sendo um ano de bienalidade negativa, uma vez que a temporada de 2022 teve seu desempenho influenciado por condições climáticas adversas ao longo do desenvolvimento da cultura. Se o atual resultado for comparado com o ano de 2021, último de bienalidade negativa, a alta chega a 15,4%.

Apenas em Minas Gerais, principal Estado produtor de café, o volume a ser colhido é de aproximadamente 29 milhões de sacas, aumento de 32,1% em comparação com o volume total colhido na safra anterior. Mesmo com os efeitos da bienalidade negativa sobre muitas das regiões produtoras, o desempenho das lavouras apresenta um crescimento de 24,2% na produtividade. Outro importante produtor de arábica, São Paulo produzirá 5,03 milhões de sacas, alta de 14,7% se comparado com o volume obtido em 2022. No Paraná, o incremento na produtividade atinge 51,5% com produção estimada em 718,5 mil sacas. Já na Bahia, foram verificados os efeitos da bienalidade negativa nos parques cafeeiros desta espécie, com uma queda de 12,8% na colheita, chegando a 1,1 milhão de sacas.

No Espírito Santo, a colheita está estimada em cerca de 13 milhões de sacas no total, sendo 10,16 milhões de sacas apenas de conilon. Segundo maior produtor de café conilon no País, em Rondônia a produção chega a 3,04 milhões de sacas, alta de 8,6% em comparação com a safra passada. Resultado favorecido pelo ganho de 16,4% na produtividade, estimulada pelas condições climáticas favoráveis, à entrada de novas áreas em produção, com clones com maior potencial produtivo, melhor manejo das culturas e à maioria das lavouras estarem equipadas com dispositivos para irrigação.