13/11/2025 - 11:34
O primeiro levantamento do IBGE sobre a safra de 2026 projeta uma colheita total de 332,7 milhões de toneladas de grãos, cereais e leguminosas, número 3,7% menor que o resultado previsto para 2025, o que equivale a 12,9 milhões de toneladas a menos.
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Em outubro, a estimativa para a safra de 2025 havia sido de 345,6 milhões de toneladas – crescimento de 18,1% sobre o ano anterior e o maior volume já registrado na série do instituto.
A principal explicação para a retração esperada em 2026 está na previsão de menor rendimento de lavouras como milho, sorgo, arroz, algodão, trigo, feijão e amendoim.
No caso do milho, a queda projetada é de 9,3%, o que representa 13,2 milhões de toneladas a menos. Para o sorgo, o recuo é de 11,6%; para o arroz, 6,5%; e para o algodão, 4,8%. O trigo tende a cair 3,7%, o feijão 1,3% e o amendoim 2,1%. A soja, por outro lado, deve crescer 1,1%, com acréscimo de 1,8 milhão de toneladas.
Segundo o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, o cenário é diferente do que foi visto em 2025.
“Em 2025, nós tivemos condições climáticas muito favoráveis para a maioria das culturas e das unidades da federação, com recordes na produção de soja, milho, algodão e sorgo, além de uma safra muito boa para o arroz. Em 2026, a previsão desse primeiro prognóstico é de queda, uma vez que estamos sob a influência do fenômeno La Niña, que traz chuvas mais intensas para a Região Centro-Oeste e pouca chuva para o Sul, o que pode afetar as lavouras.”
Regionalmente, o levantamento mostra expansão da produção no Paraná (2,4%) e no Rio Grande do Sul (22,6%). Outros estados, como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, devem registrar retração. Há também quedas previstas em estados do Nordeste e do Norte, incluindo Bahia, Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí.
A área total prevista para colheita em 2026 é de 81,5 milhões de hectares, aumento de 1,1% em relação ao ciclo anterior. Entre as culturas com crescimento de área estão o milho (0,7%), a soja (0,3%) e o trigo (0,2%).
O algodão, o amendoim, o arroz, o feijão e o sorgo devem ter reduções na extensão plantada. No recorte por estado, o IBGE aponta aumento de área no Mato Grosso, Bahia e Rondônia, enquanto Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo, entre outros, devem ter ligeira diminuição.
Soja deve alcançar nova máxima e milho tende a cair
A soja segue como principal produto da safra. A estimativa do IBGE aponta para 167,7 milhões de toneladas em 2026, um novo recorde nacional. O aumento é explicado por uma pequena elevação no rendimento médio e pela expansão de área plantada.
O milho, por sua vez, é o destaque negativo do levantamento. A previsão é de 128,4 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 9,3% em relação a 2025. Para a primeira safra, espera-se uma produção de 26,3 milhões de toneladas – leve alta de 0,9% -, mas a segunda safra deve recuar 11,6%, somando 102,1 milhões.
O algodão deve chegar a 9,3 milhões de toneladas, 4,8% abaixo de 2025. A retração é atribuída à redução de área cultivada, reflexo da menor rentabilidade do produto.
No arroz, a estimativa é de 11,8 milhões de toneladas, queda de 6,5% em relação à safra anterior, com reduções tanto na área quanto no rendimento. O feijão também deve diminuir, com 3 milhões de toneladas, 1,3% a menos que no ciclo anterior.
Safra de 2025 consolidou recorde histórico
Em outubro, o IBGE havia calculado a produção de 2025 em 345,6 milhões de toneladas — aumento de 18,1% sobre 2024, quando foram colhidas 292,7 milhões. Na comparação mensal, houve crescimento de 1,1%. Os principais avanços ocorreram em algodão, arroz, soja, milho, sorgo e trigo. Já o feijão apresentou leve queda.
As lavouras de soja, milho, algodão e sorgo atingiram níveis recordes. A soja chegou a 165,9 milhões de toneladas; o milho, a 141,6 milhões; o algodão, a 9,8 milhões; e o sorgo, a 5,2 milhões. O arroz registrou 12,6 milhões e o trigo, 7,9 milhões. A área total colhida atingiu 81,5 milhões de hectares, alta de 3,1% sobre 2024.
Considerando apenas arroz, milho e soja – responsáveis por mais de 90% do volume produzido -, essas culturas ocuparam quase 88% da área total de colheita no país em 2025.
