Mais uma rota de exportação pelo Norte do País deve ganhar investimentos da ordem de R$ 560 milhões nos próximos cinco anos. Esta é a previsão de Marcelo Cabral, diretor de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, para um projeto que deve tornar o rio Tocantins navegável durante todo o ano. Para viabilizar o transporte hidroviário nesse rio de 2,4 mil quilômetros, entre os meses de setembro e novembro, é preciso retirar pedras de seu leito em um trecho de 500 quilômetros no Pará, entre os portos de Marabá e Vila do Conde, no município de Barcarena. O edital para limpar o Pedral do Lourenço foi publicado no mês passado. Até 2025, o transporte de grãos por essa via pode chegar a 20 milhões de toneladas anuais.

Política
A voz do agronegócio

“É um escárnio”. Assim, o ex-ministro a Agricultura Roberto Rodrigues definiu a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro-chefe da Casa Civil, no mês passado.  O desabafo de Rodrigues, que foi ministro da Agricultura no primeiro governo Lula, aconteceu durante o evento que encerrou o Rally da Safra, na sede da Fiesp, em São Paulo. “Meu compromisso sempre foi com o agronegócio, setor que leva o País nas costas”, disse Rodrigues. “Não podemos mais esperar pelo futuro, temos que fazer acontecer.”

Cana-de-açúcar
Menos vagas no campo

A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) fez um estudo sobre a demanda de mão-de-obra no campo e o resultado não foi nada animador. No ano passado, 33,5 mil pessoas foram demitidas. Isso significa 3% dos cerca de um milhão de trabalhadores do setor. De acordo com Antonio Pádua Rodrigues, diretor da Unica, esse quadro não deve melhorar muito até a virada do ano. O setor vai continuar no aperto.

Internacional
Sem antibióticos

Em todo o mundo, as ONGs de defesa do consumidor têm batido na indústria da proteína animal para que o setor utilize menos medicamentos à base de antibióticos. No mês passado, a Cargill anunciou que vai atender o pedido e reduzir em 20% os antibióticos utilizados no rebanho engordado em seus confinamentos, de cerca de 1,2 milhão de animais por ano.

Argentina
Churrasco uruguaio

O governo argentino autorizou a compra de carne bovina do Uruguai porque os pecuaristas estão enviando menos animais aos frigoríficos, desde o início do ano. Até poucos anos atrás, essa medida pareceria uma aberração. A Argentina, do craque Lionel Messi, já foi o terceiro maior exportador mundial de carne, com cerca de 400 mil toneladas, mas, a política da ex-presidente Cristina Kirchner, de taxar o setor, desestimulou os produtores. Isso levou o país para a 11ª posição como exportador e fez o rebanho encolher de 60 milhões de bovinos para os atuais 52 milhões. Com a retirada das taxas, os pecuaristas passaram a abater menos animais para recompor o rebanho.