06/01/2015 - 11:44
Criada às margens do Rio Paranhana, no Vale do Sinos, a Calçados Beira Rio tornou-se referência quando o assunto é calçado feminino. Dona de marcas como Beira Rio Conforto, BR Sport, Vizzano, Moleca e Molekinha, a empresa, iniciou suas atividades em 1975 no município de Igrejinha, distantes 82 quilômetros de Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul com a missão inicialmente de prestar serviços para outras fábricas da região, o maior polo calçadista nacional. Em quatro décadas, a empresa cresceu e alcançou a fabricação anual de 145 milhões de pares de calçados. Tamanha produção rendeu no último ano para a empresa gaúcha, uma receita de R$ 968,3 milhões, no ano passado.
Sempre ligada a suas raízes, a Beira Rio jamais abandonou o Rio Grande do Sul, e por lá montou toda sua estrutura. A empresa conta com nove unidades fabris, todas no Estado, nas quais trabalham mais de
oito mil funcionários. É com essa estrutura que a empresa disputa um mercado que conta com gigantes do setor como a Arezzo&Co, dona das marcas Arezzo, Shutz, Alexandre Birman e Ana Capri e a Vulcabras/Azaleia, fabricante das marcas Olympikus, Azaleia, Dijean e Reebok. “O setor de calçados é extremamente competitivo”, diz Heitor Klein, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).”São grandes empresas disputando essa importante fatia do mercado”. Segundo dados da entidade, somente em 2013, o setor faturou de R$ 26,8 bilhões. Os brasileiros compraram 816 milhões de pares de calçados pelos quais resultaram em R$ 24 bilhões. Já as exportações renderam R$ 2,8 bilhões. Foram embarcados no período, 123 milhões de pares de calçados, volume 8,5% maior, ante os 113,2 milhões vendidos em 2012. Entre os principais destinos, destaque para Estados Unidos, que importou 10,7 milhões de pares, seguido pela Argentina com 8,9 milhões e a França com 7,9 milhões. “Nos últimos dois anos, o câmbio ajudou nas exportações e nas vendas do setor”, diz Klein.
Vencedora no setor Calçados e Couros, de AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014, a Beira Rio, ganhou seu espaço como referência nacional de moda, por procurar conciliar um design apurado e conforto em seus produtos. Além do investimento em tecnologias e ter estreita relação com o mundo fashion, a empresa não abre mão te ser extremamente criteriosa na escolha de seus fornecedores e matérias primas. Principalmente quando se fala em couro, setor que movimentou R$ 9 bilhões em 2013 e é um dos principais produtos utilizado no solado dos calçados e nas tiras que envolvem as sandálias.
Segundo dados do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), em 2013 foram produzidos 45 milhões de couros, deste total, cerca de 10,3% foi consumido pela indústria nacional de calçados. “A
demanda da indústria de calçados tem crescido consideravelmente a cada ano”, diz José Fernando Bello, presidente do CICB. “Verifica-se também o crescimento de uso de couro principalmente no setor automotivo e de artefatos de alto luxo”.
De acordo com o Bello, além de abastecer a indústria de calçados e a demanda interna, os fabricantes de couro exportam boa parte da produção. Isso, coloca o Brasil entre os quatro maiores produtores de couro do mundo, junto com China, Itália e Índia. Em 2013, as exportações brasileiras de couros e peles somaram R$ 6,4 bilhões, crescimento de 21% em relação a 2012. Os principais mercados foram China, Hong Kong, Itália e Estados Unidos. “O mercado de couros é muito competitivo em todo o mundo”, diz e o presidente da CICB. “A cada ano, temos conseguido manter o crescimento do setor, com a
vantagem de acessar importantes mercados que melhor nos remuneram “, afirma.