Conforme a infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp, consideram-se imunizadas todas as pessoas acima de 18 anos com três doses de vacina. “Essa porcentagem já é baixa, menor que 80%, e particularmente reduzida abaixo de 40 anos. Com isso, a gente pode antever que, se as pessoas de 20 a 40 anos não fizeram sua dose adicional, a chance de levarem seus filhos para serem vacinados acaba se tornando muito remota.” E há riscos. “Os pediatras compartilham conosco a grande preocupação com os pais que se recusam a vacinar as crianças por não terem a percepção da gravidade da covid nas crianças, o quanto pode afetar em relação a casos graves e ser causa de morte, ou da covid longa.”

O mesmo alerta é feito pelo presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. “Só em 2022, tivemos 15 mil hospitalizações de crianças e adolescentes por covid e já são 638 óbitos. Se pegarmos de março de 2020 a junho de 22, vamos ter mais de 50 mil internações e cerca de 2.500 óbitos. Infelizmente a desinformação e a fake news contribuíram muito para esses números”, disse.

TRATATIVAS

Sobre a falta da Coronavac, fabricada no Brasil pelo Butantan, o instituto paulista informou que, após a aprovação pela Anvisa da vacina para crianças dos 3 aos 5 anos, já importa a quantidade de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para produzir as doses e atender ao esquema vacinal primário completo de toda a população brasileira desta faixa etária. A decisão foi tomada para ofertar o mais rápido possível o imunizante ao Ministério da Saúde.

A previsão de entrega pelo instituto de São Paulo é em meados de setembro. “O Butantan dialoga constantemente com o Ministério e aguarda posicionamento oficial da pasta sobre as ofertas de venda.”

O Ministério da Saúde informou que está em tratativas para aquisição do imunizante com maior celeridade, de acordo com a disponibilidade dos fornecedores. “A pasta reitera a disponibilidade de outras vacinas contra a covid-19 para o público acima de 5 anos e reforça a necessidade de Estados e municípios cumprirem as orientações pactuadas para a imunização”, disse.

Informou ainda que acompanha com atenção o andamento da vacinação, já distribuiu mais de 519 milhões de doses e ressalta que o Brasil tem uma das maiores taxas de cobertura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.