O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Luiz Guilherme Schymura, afirmou que o ponto central do problema fiscal não é a manutenção do teto de gastos em si, mas a compreensão de que a dívida brasileira será solvente.

“Questão não é ter teto que seja respeitado, mas construção de equilíbrio, com a compreensão de dívida solvente, que vai ser paga em algum momento”, disse, durante participação no 17º Fórum de Economia, organizado pelo Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo, da EAESP/FGV, nesta segunda-feira, 7.

Schymura destacou que, com agora a perspectiva de fim da pandemia, com as boas notícias de vacina, o debate atual se volta à herança da crise, com grupos descontentes com o aumento do endividamento, se aproximando de 100% do Produto Interno Bruto (PIB), e outros preocupados com a queda da renda após os benefícios emergenciais, com a necessidade de aumento de gastos com saúde e com investimento público, que, hoje, vive situação dramática.

Segundo o pesquisador, o nível da dívida não é o que preocupa, mas a organização em torno da busca por uma solução estrutural para o fiscal. Ele notou que o tema fiscal sempre foi debatido no Brasil e é importante que tenha um rumo.

“O teto deve ser violado, não se tem muita dúvida disso. Mas tem de ser feito com uma narrativa que aponte uma solução fiscal estrutural de longo prazo”, disse, acrescentando que o difícil hoje é as forças políticas para conduzir o País para que se forme um equilíbrio que atenda as expectativas de todos os atores da sociedade – dos poupadores aos vulneráveis, da área de educação, saúde e segurança.