A ausência de chuvas sofrida em Goiás desde o dia 15 de dezembro do ano passado já podem comprometer 15% da produção de soja do Estado, de acordo com estimativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). O percentual representa o déficit de 1,4 milhão de toneladas do grão e prejuízos de R$ 1,3 milhão aos produtores.

O presidente da Faeg, José Mario Schreiner, esclareceu que a redução de 15% da produção de soja é uma estimativa, mas que o índice de perda da produção do grão já está consolidada em cerca de 6%. “Os custos da produção aumentaram e novas pragas, como a lagarta falsa-medideira, estão atacando lavouras e são ainda mais rigorosos na seca. Os produtores precisam agir com muita cautela no plantio da safrinha”, orientou o presidente.

Com a colheita da soja iniciada a safrinha já está sendo plantada. Diante de um cenário de incertezas nos preços do milho e de falta de chuvas para iniciar o plantio, os produtores estão receosos, mesmo que ainda seja cedo
para afirmar qual será o tamanho da área de safrinha plantada.

Rosidalva Lopes, superintendente de Políticas e Programas da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectec), esclareceu que o fenômeno que deve gerar tantos prejuízos ao produtor goiano não se caracteriza mais como veranico, mas sim como seca meteorológica, pois ultrapassa dez dias sem chuva. “O produtor que pretende plantar a safrinha precisar providenciar reservatórios de água para irrigação e estar atento às condições
meteorológicas”, aconselhou.

A superintendente informou ainda que os índices de chuva registrados nos meses de janeiro e fevereiro deste ano foram os mais atípicos desde a criação da estação de monitoramento da Sectec, há 13 anos. Choveu a metade
do previsto para janeiro e a previsão é que as chuvas continuem abaixo da média nos meses de fevereiro e março.

Fonte: Faeg/Senar