12/05/2020 - 21:58
Cinco dias após a prisão de seu ex-principal assistente, o secretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Edmar Santos, lamentou a escolha e anunciou a criação de uma força-tarefa para analisar os contratos firmados pela secretaria. Em 7 de maio, o ex-subsecretário-executivo de Saúde do Estado, Gabriell Neves, foi preso durante a operação Mercadores do Caos, do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e da Polícia Civil do Rio, sob acusação de fraudar a compra emergencial (sem licitação) de respiradores e oxímetros pelo governo do Estado do Rio, durante a pandemia de covid-19. Ele havia sido exonerado do cargo em abril, quando as suspeitas começaram.
“É muito fácil olhar para trás e agora entender que a colocação do doutor Gabriell na função foi um equívoco. Se olhasse naquele momento, era uma pessoa formada em Direito, já tinha sido gestor público, não pairavam sobre ele processos anteriores pelo exercício da função dele como secretário ou subsecretário. Gabriell à época possuía as qualificações técnicas”, afirmou o secretário durante entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (12) no Rio de Janeiro.
Santos também anunciou a criação uma força-tarefa para analisar os contratos firmados pelo ex-subsecretário e todos os outros que forem firmados emergencialmente durante a pandemia de covid-19. Até agora, 44 dos 66 contratos assinados por Neves foram cancelados.
“A gente está criando uma força-tarefa com integrantes da secretaria estadual de Saúde e a Controladoria Geral do Estado (CGE) para que, a partir de agora, todos os novos contratos, especialmente os emergenciais, possam ser feitos com olhar mais atento”, disse o secretário. “Nós não compactuamos com nada disso que aconteceu, e estamos tomando todas as medidas para que isso não volte a acontecer. Que as empresas inidôneas não se aproximem da secretaria. Vão encontrar uma organização que irá atuar na forma de prevenir e impedir que essas coisas aconteçam”, seguiu. “É preciso que se apure a qualidade dos documentos dessas empresas. A CGE tem capacidade de fazer isso com muito mais propriedade, muito mais aprofundamento do que os instrumentos que nós temos na secretaria estadual de Saúde. Então isso vai ser um avanço”, afirmou.