O Ibovespa teve um início de semana com variação e giro financeiro restritos pelo feriado em Nova York e também na principal praça financeira europeia, Londres. Assim, sem catalisadores domésticos que elevassem o índice da B3 pelo terceiro dia seguido, ou que resultassem em realização de lucros significativa, a referência oscilou menos de mil pontos entre a mínima (110.195,11) e a máxima (111.168,05) do dia, em que saiu de abertura aos 110.905,81 pontos.

No fechamento, mostrava perda de 0,52%, aos 110.333,40 pontos, com giro fraquíssimo nesta segunda-feira, a R$ 11,9 bilhões. No mês, que termina na quarta-feira, o Ibovespa acumula ganho de 5,65%, que coloca o do ano a 0,55%.

As ações de maior peso e liquidez tiveram inclinação moderada ao longo da sessão, na maioria em baixa, como Petrobras (ON -0,63%, PN -0,41%), e ao final com sinal misto para as de grandes bancos (Itaú PN -0,44%, Bradesco PN +0,12%, Unit do Santander +0,31%). Apesar da recuperação de quase 5% para o preço do minério neste início de semana na China, o setor metálico, que chegou a esboçar reação mais cedo, fechou o dia em baixa, com Vale (ON -0,75%) à frente.

Na ponta do Ibovespa, destaque nesta segunda-feira para CVC (+4,03%), Cogna (+3,26%), Eztec (+2,45%) e Méliuz (+2,30%). No lado oposto, Vibra (-3,91%), BRF (-2,89%), Fleury (-2,31%) e Equatorial (-2,28%).

“Com liquidez muito baixa, o dia foi de ajuste leve, com o mercado tendo a seu favor o alívio, que deve ser maior amanhã com Nova York, proporcionado pelo entendimento sobre a elevação do teto da dívida americana, no fim de semana. Mercado trabalhou hoje aqui perto do zero a zero, com o setor metálico devolvendo a alta vista mais cedo. Dia bem tranquilo, sem grandes movimentações”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

“O acerto sobre o limite do teto nos Estados Unidos, que será votado na quarta-feira, afasta o risco de calote na dívida americana. E o acordo veio com o compromisso do presidente Joe Biden, junto aos republicanos, de não aumentar gastos públicos nos próximos dois anos – algo que foi visto de forma positiva nos índices futuros dos Estados Unidos, e que deve se refletir amanhã na retomada dos negócios em Nova York”, diz Alan Dias Pimentel, especialista da Blue3 Investimentos.

Na agenda doméstica neste começo de semana, destaque pela manhã para a divulgação do Boletim Focus, que trouxe nova redução nas projeções de mercado para o IPCA no fechamento de 2023, a 5,71%, em mais um desdobramento que contribui para a redução da pressão sobre os juros no Brasil, observa Vanessa Naissinger, especialista da Rico Investimentos. Ela destaca, na semana, outro ponto da agenda com potencial para orientar os negócios, o PIB brasileiro no primeiro trimestre. A mediana da pesquisa Projeções Broadcast indica alta de 1,2% para o indicador ante o mesmo período de 2022.