A COP30 entra na semana final com a chegada de representantes de alto escalão e expectativa de negociações climáticas aceleradas. Cerca de 160 ministros e outros representantes dos países se reúnem na plenária de alto nível, nesta segunda-feira (17).

A busca é por consenso em temas delicados como financiamento para ações climáticas, parâmetros de adaptação e formas de implementar e monitorar as metas de redução de emissões de gases que causam o aquecimento global.

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A plenária foi aberta pelo vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. As discussões dessa semana ocorrem no âmbito político com representantes de alto escalão, como ministros de meio ambiente, que podem definir os acordos a serem fechados na conferência.

“O tempo das promessas já passou. Cada fração de grau adicional no aquecimento global representa vidas em risco, mais desigualdade e mais perdas para aqueles que menos contribuíram com o problema”, pontuou Alckmin, na abertura da plenária..

“Esta COP deve marcar o início de uma década de aceleração e entrega. O momento em que o discurso se transforma em ação concreta, em que deixamos de debater metas e, todos nós, passamos a cumpri-las”, disse acrescentou.

Os negociadores relatam que registraram avanços significativos em muitos pontos da agenda de 145 itens já acordados.

“À medida que as negociações passam do nível técnico para o político, as discussões se intensificam sobre adaptação, transição justa, financiamento climático e outras questões que exigem consenso até o final da semana”, diz o boletim da organização da COP.

A segunda semana começa com foco unificador: colocar a natureza no centro da ação climática. Isso significa fortalecer compromissos para proteger florestas, garantir os direitos dos povos indígenas e das comunidades locais, e expandir soluções baseadas na natureza como pilares essenciais do progresso global.

Dentro da agenda de discussões há expectativa sobre a definição de indicadores de adaptação climática. Uma lista final de até cem indicadores, abrangendo dimensões nacionais, temáticas e de meios de implementação, como financiamento, capacitação e tecnologia está na mesa de negociação.

Entre os pontos que serão debatidos também estão os direitos e a liderança dos povos indígenas e afrodescendentes e sobre como a governança indígena pode fortalecer mecanismos emergentes de financiamento climático.

Além disso, dois temas que não estavam na órbita de discussões por não terem obtido consenso conseguiram avançar: a elaboração de mapas do caminho para o fim gradual dos combustíveis fosseis e para o desmatamento zero.

A definição sobre fontes de financiamento climático permanece como um dos pontos críticos que precisa ser destravado. Vários debates estão previstos para tentar conseguir o consenso sobre as fontes de financiamento.

Um dos temas é a implementação do Artigo 9.1 do Acordo de Paris. O item, que não consta da Agenda de Ação, diz que os países desenvolvidos  devem prover recursos financeiros para assistir as partes em desenvolvimento na redução de emissões e na adaptação climática.

Na COP29, em Baku, o valor do financiamento climático ficou definido em US$ 300 bilhões anuais, considerado muito insuficiente. As presidências da COP30 e COP29 chegaram a formular uma proposta para mobilizar recursos de até US$ 1,3 trilhão ao ano, mas não é certo que compromissos nessa escala avancem nesta edição da conferência. O volume é considerado pelos países em desenvolvimento como necessário para a implementação de uma agenda de mitigação da crise emergência climática.