Diante das recentes movimentações em relação às eleições de 2022, o ex-presidente Michel Temer afirmou que, apesar das críticas feitas por parte da sociedade, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol têm direito de se candidatar. Segundo ele, negar essas pré-candidaturas seria negar o sistema normativo.

“Eles têm direito de se candidatarem, não há impedimento jurídico. Pode haver crítica, de natureza política, etc., mas direito a se candidatarem eles têm, senão iríamos negar o sistema normativo”, declarou, em entrevista nesta quarta-feira (17) à CNN Brasil.

Sobre o destino de filiação do presidente Jair Bolsonaro, o emedebista afirmou não saber qual será a decisão final do chefe do Executivo, mas que tem acompanhado as pesquisas eleitorais que colocam o presidente em segundo lugar. Temer, no entanto, pondera que “a pesquisa de hoje não é a pesquisa de amanhã”.

“Nada do que se diz hoje se consolida amanhã. Pode consolidar-se, mas pode também não consolidar-se. É muito cedo para avaliações definitivas”, afirmou. Nas pesquisas divulgadas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece em primeiro lugar para a cadeira do Executivo.

Temer também comentou sobre a formação da chamada terceira via para 2022 e acredita que vai haver uma “pulverização” dos votos. “Estou vendo que todos os pré-candidatos serão candidatos. E aí pulveriza o voto da terceira via”.

Independentemente do candidato vitorioso à Presidência da República, o ex-presidente declarou ter “convencimento absoluto” de que é preciso cumprir a Constituição. “A Constituição determina harmonia entre os Poderes e aqui no Brasil há uma consciência de que o presidente pode tudo, e não pode. Ele só pode se tiver o apoio do Congresso Nacional”, ponderou.

Em sua avaliação, quando há uma desarmonia entre os Poderes, “há uma desobediência à Constituição e, portanto, uma inconstitucionalidade'”. “Seja no presidencialismo ou no semipresidencialismo, é fundamental uma boa relação do Executivo com o Congresso Nacional”, afirmou. Para além da boa relação com os parlamentares, Temer também destaca que é preciso bom diálogo com o Judiciário.