O resultado das transações correntes ficou negativo em julho deste ano, em US$ 4,136 bilhões, informou nesta segunda-feira, 26, o Banco Central. Este é o pior desempenho para meses de julho desde 2019, quando o saldo foi negativo em US$ 11,636 bilhões.

Apesar da nova atualização, as estatísticas do setor externo continuam defasadas devido à greve dos servidores do BC, encerrada no início de julho. Neste momento, normalmente, os dados de agosto já estariam disponíveis.

O número da conta corrente em julho ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de déficit de US$ 6,30 bilhões a US$ 1,425 bilhão (mediana negativa em US$ 3,80 bilhões).

Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,154 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,122 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 6,535 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 3,915 bilhões.

Acumulado

No acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 18,411 bilhões. A estimativa atual do BC é de superávit na conta corrente de US$ 4 bilhões em 2022. A projeção será atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) desta semana.

Nos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 36,565 bilhões, o que representa 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB). Este resultado é o maior déficit desde agosto de 2020 (2,22%).

Lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 3,576 bilhões em julho, informou o Banco Central. A saída líquida é superior aos US$ 2,866 bilhões que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.

No acumulado do ano até julho, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 23,489 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 2,970 bilhões em julho, ante US$ 3,499 bilhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até julho, essas despesas alcançaram US$ 11,995 bilhões.

Viagens internacionais

De acordo com o Banco Central, a conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 661 milhões em julho. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. No sétimo mês de 2021, o déficit nessa conta foi de US$ 229 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais em julho foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,049 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 389 milhões no período.

No acumulado do ano até julho, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 4,252 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de apenas US$ 893 milhões.