O resultado das transações correntes ficou negativo em outubro deste ano, em US$ 4,625 bilhões, informou nesta sexta-feira, 25, o Banco Central. Este é o melhor desempenho para meses de outubro desde 2020, quando o saldo foi negativo em US$ 1,473 bilhão. Em setembro, o resultado foi deficitário em US$ 7,120 bilhões, já em outubro de 2021 o rombo foi de US$ 6,012 bilhões.

O número da conta corrente em outubro ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de expectativas de déficit de US$ 8,545 bilhões a US$ 1,300 bilhão (mediana negativa em US$ 4,750 bilhões).

Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 2,551 bilhões em outubro, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,444 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 4,054 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 5,675 bilhões.

Acumulado

No acumulado do ano até outubro, o rombo nas contas externas soma US$ 44,039 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 47 bilhões em 2022. A projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.

Nos 12 meses até outubro deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 60,289 bilhões, o que representa 3,31% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde agosto, quando ficou em 3,26%.

Lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 3,009 bilhões em outubro, informou o Banco Central.

A saída líquida é inferior aos US$ 4,426 bilhões que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas. No acumulado do ano até outubro, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 36,179 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,053 bilhão em outubro, ante US$ 780 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até o décimo mês, essas despesas alcançaram US$ 15,546 bilhões.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 653,472 milhões em outubro, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. No décimo mês de 2021, o déficit nessa conta foi de US$ 265,777 milhões. Em setembro, a despesa líquida foi de US$ 491 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais em outubro foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,066 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 413,429 milhões no período.

No acumulado do ano até outubro, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 6,016 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 1,591 bilhão.