Após abrir em queda nesta quarta-feira, 15, o Ibovespa passou a subir, acelerando ganhos, renovando máximas, com os investidores acompanhando as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento do BTG Pactual, em São Paulo. Segundo o estrategista-chefe, Jefferson Laatus, “o mercado está gostando da fala do Haddad.”

Ele observa que em nenhum momento Haddad citou o debate sobre a meta de inflação ou juros, um dia antes do Conselho Monetário Nacional (CMN) debater o tema. “Não citou que irá mudar forçadamente os dois. Citou que a reforma tributária e o arcabouço vão ajustar o fiscal”, afirmou Laatus.

Dentre as palavras, Haddad disse que a equipe econômica está preparando terreno para a reforma tributária e que o governo deverá anunciar em março o novo arcabouço fiscal que substituirá o teto dos gastos. Antes, o ministro havia prometido apresentar a proposta até abril, para que fosse discutida junto com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

“Qualquer notícia que dê mais tranquilidade ao mercado, alivia, dado que a política falada tem feito preço. Ainda que não se tenha nada de concreto, só a expectativa mexe com a psicologia do mercado”, avalia Eduardo Telles, especialista em renda variável da Blue3.

A alta do Ibovespa só não é maior por causa do recuo das bolsas em Nova York e da queda de alguns papéis ligados a commodities, especialmente ligado ao petróleo, que cai em torno de 0,70% no exterior. Os investidores reagem a sinais de que os juros nos EUA ficarão altos por mais tempo do que o esperado, após indicadores do varejo e da indústria nos Estados Unidos sinalizarem uma economia mais forte do que se previa neste início de ano.

Na terça, o índice Bovespa fechou em baixa de 0,91%, aos 107.848,81 pontos. Às 11h29, subia 0,80%, aos 108.710,80 pontos, após alta de 0,98%, na Máxima aos 109.911,11 pontos. Petrobras PN caía 0,52% e ON subia 0,13%. Já Vale ON caía 0,14%, apesar da elevação de 2,18% do minério de ferro em Dalian, na China.

Conforme Telles, da Blue3, ainda há dúvidas a respeito do ritmo de retomada do gigante asiático, em meio a incertezas sobre o setor imobiliário, que enfrenta crise. “Os problemas causados pela Evergrande incorporadora ainda incomodam.”