22/11/2020 - 16:00
Desconhecida nos países ocidentais até poucos meses atrás, a biofarmacêutica chinesa Sinovac ganhou destaque mundial ao aparecer como uma das líderes na corrida pela vacina da covid-19 ao lado de multinacionais como Pfizer e AstraZeneca.
Mas enquanto investe na pesquisa daquela que poderá ser sua nona vacina registrada, a biotech de Pequim tem de lidar com uma briga de acionistas pelo controle da empresa que se arrasta há mais de dois anos e já teve, no enredo, tentativas de golpe, invasão de fábrica e até suspensão das ações da companhia na bolsa de valores americana.
Parceira do Instituto Butantã nos testes da Coronavac, a Sinovac atua há quase 20 anos na área de pesquisa e desenvolvimento de vacinas, mas, perto de farmacêuticas multinacionais, é considerada pequena. Seu faturamento em 2019 foi de U$ 246 milhões, muito inferior, por exemplo, aos U$ 51 bilhões de receita obtidos no mesmo ano pela Pfizer. Com 910 funcionários, a biotech vende, em média, 20 milhões de doses de seus imunizantes por ano, com 15% a 20% de market share na China.
Nos últimos anos, a companhia vem se consolidando como um importante fornecedor de vacinas no país asiático, com um portfólio de oito vacinas. Um eventual sucesso da Coronavac, porém, deve elevar a Sinovac a outro patamar. A empresa inaugurou, em setembro, uma fábrica com capacidade para produzir 300 milhões de doses anualmente. E prepara uma nova linha de produção para 2021 que pode ampliar esse número para 1 bilhão.
“Eles receberam investimento do Ali Baba (gigante chinesa do ramo de comércio eletrônico) para construir outra fábrica que tem previsão de entrega para maio”, afirma Dimas Covas, diretor do Butantã.
Mesmo com o crescente interesse mundial, conseguir informações sobre a empresa não é tarefa fácil, ao menos para jornalistas de fora da China. Para traçar o perfil da companhia, o Estadão tentou, por um mês, entrevistar porta-vozes da Sinovac. Para isso, mandou inúmeros e-mails a diferentes departamentos da empresa, fez mais de 20 ligações, pediu ajuda ao Butantã e à Embaixada da China no Brasil, mas não obteve retorno da companhia.
As informações sobre a história, as operações, a ascensão científica e os problemas administrativos foram obtidas pela reportagem nos relatórios apresentados pela Sinovac à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula o mercado de capitais americano e é equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira.
Privada, a Sinovac foi fundada em 2001 e, no ano seguinte, obteve o registro de seu primeiro produto: uma vacina contra a hepatite A. Mesmo com suas quatro fábricas na China, a companhia não é, ao menos no papel, chinesa. Sua holding, a Sinovac Biotech, está registrada em Antígua e Barbuda – país conhecido por oferecer atrativos fiscais a empresas – e tem, desde 2009, capital aberto no índice Nasdaq da bolsa americana. Suas ações, porém, não podem ser comercializadas desde fevereiro de 2019 por causa de brigas entre a direção atual e grupos de acionistas.
Disputa inclui tentativa de golpe e invasão a fábrica
Em meio ao desenvolvimento da Coronavac, a Sinovac trava disputas judiciais com acionistas minoritários que tentaram, em ao menos duas ocasiões nos últimos anos, tomar o controle da companhia à força. Os problemas administrativos, que ameaçam as finanças e até as operações da empresa, envolvem tentativas de golpe, invasão de fábrica e suspensão da venda das ações da empresa na bolsa de valores Nasdaq.
A primeira tentativa de golpe ocorreu em abril de 2018, quando um dos acionistas, acompanhado de dezenas de aliados, invadiu um dos escritórios da companhia em Pequim na tentativa de impedir a movimentação de funcionários e assumir os escritórios de executivos, onde estavam documentos financeiros e contábeis.
O grupo dissidente cortou a energia elétrica do prédio, interrompendo a linha de produção das vacinas contra hepatite A e influenza, conforme relato feito pela Sinovac no seu mais recente relatório anual para investidores. O documento foi consultado pelo Estadão no site da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula o mercado de capitais americano.
Por causa da invasão, a Sinovac foi obrigada a destruir os produtos da fábrica atacada. “Para manter a segurança do produto, a Sinovac Pequim suspendeu temporariamente a produção na instalação afetada”, disse a empresa no documento. A produção ficou paralisada por meses e o prejuízo com as doses descartadas foi de aproximadamente US$ 2 milhões.
Menos de um ano após a invasão, em fevereiro de 2019, houve nova tentativa de golpe, desta vez sem violência física, mas com sérias consequências para as finanças e governança da companhia.
De acordo com a Sinovac, os mesmos dissidentes de 2018 se uniram a um fundo de capital para comprar, secretamente, o maior número possível de ações da empresa na Nasdaq e, assim, passar a ter o controle acionário da companhia, em uma prática conhecida no mercado como aquisição hostil.
Para prevenir esse tipo de conduta, o acordo de acionistas da Sinovac veta que um mesmo grupo detenha mais de 15% das ações, regra que foi desrespeitada pelos dissidentes.
Sem entendimento entre os grupos, a direção da Sinovac teve de lançar mão da chamada poison pill (pílula do veneno), prática em que uma empresa oferta no mercado um número expressivo de ações para aumentar o volume de acionistas e “diluir” o poder de grupos que tenham um porcentual grande de papéis. Foram 27 milhões de novas ações emitidas, aumento de mais de 30% sobre o que a empresa possuía. A estratégia, porém, é arriscada.
“Isso não acontecia no mercado americano havia dez anos. Não é algo trivial porque traz problemas. A poison pill é como se fosse uma bomba atômica. A empresa tem aquilo para se defender (de uma aquisição hostil), mas não deveria usar, pois ela pode trazer danos. Pode depreciar o preço da ação e trazer incerteza ao mercado”, explica Henrique Castro, professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV.
No caso da Sinovac, nem deu tempo de os preços caírem. Logo após a companhia emitir milhões de novas ações, a Nasdaq suspendeu a negociação dos papéis até que o litígio entre acionistas fosse solucionado. O objetivo era proteger os investidores de grandes perdas.
Como o imbróglio ainda está na Justiça, a suspensão segue até hoje, o que coloca a Sinovac em situação inusitada. Enquanto outras farmacêuticas adiantadas na corrida pela vacina contra a covid veem suas ações dispararem diante de resultados promissores, as ações da companhia de Pequim estão congeladas e valem hoje US$ 6 cada. “Esses episódios da Sinovac demonstram problema de governança na empresa. Esse tipo de coisa aumenta o risco do negócio e traz dificuldade para obter financiamento em um momento crucial da pesquisa”, avalia Castro.
Embora a disputa ainda não tenha chegado ao fim, a direção da Sinovac obteve duas vitórias este ano. Em maio, a SEC condenou o investidor Jiaqiang Li e sua empresa, a 1Globe Capital LLC, a pagarem US$ 290 mil pela tentativa irregular de substituir o conselho da Sinovac ao se unir secretamente a outros grupos para comprar mais ações do que o permitido.
Em setembro, a Justiça chinesa considerou o acionista Aihua Pan e sua empresa, Sinobioway Medicine, culpados pela invasão à fábrica da companhia em 2018 e determinou que sejam responsabilizados pelas perdas.
Antes mesmo do início das disputas pelo poder, a Sinovac já havia sofrido desgaste por outra questão relacionada à gestão. Em 2016, um ex-oficial da agência regulatória de medicamentos chinesa foi acusado de cobrar propina de membros da indústria de vacinas para acelerar o processo de aprovação de estudos e registros.
No julgamento do ex-servidor, o presidente da Sinovac, Weidong Yin, que comanda a empresa desde 2003, foi citado como um dos que fizeram pagamentos ao antigo membro da agência. A denúncia não se confirmou. De acordo com os relatórios da Sinovac, a Justiça chinesa não acusou Yin de nenhum ato ilícito. No documento da companhia, porém, não são fornecidos detalhes do processo. O caso levou à abertura de uma investigação na SEC e no Departamento de Justiça dos EUA. O caso foi encerrado sem que nenhuma responsabilidade ou sanção fosse atribuída à Sinovac. O Estadão tentou, durante um mês, contato com a empresa, mas não obteve retorno.
1/3 dos insumos importados vem da china
O mercado farmacêutico chinês têm ganhado cada vez mais espaço não só no desenvolvimento de vacinas como a Coronavac, mas também no fornecimento de matéria-prima para a produção de medicamentos ao redor do mundo.
De acordo com relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicado no fim de outubro com dados sobre a inspeção internacional de fabricantes de insumos farmacêuticos ativos (IFAs), 35% dos ingredientes de medicamentos básicos importados pelo Brasil vêm da China. Nesse aspecto, o país asiático só perde para a Índia, nação de origem de 37% desses insumos, segundo a Anvisa.
“Hoje, quase todo antibiótico que a gente toma é chinês. Anti-inflamatório, remédio para hipertensão arterial, protetor gástrico, medicamento para asma. Tudo isso tem ingrediente vindo da China”, explica Nelson Mussolini, presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).
Ele destaca que, com a importação de grande parte dos insumos, só a etapa final de produção do remédio é feita em território nacional. “As fábricas saíram do Brasil e de vários lugares do mundo e acabaram migrando para a Ásia. Atualmente, recebemos os ingredientes e só fazemos a formulação, o envase, a embalagem e testes de estabilidade e farmacodinâmica”, diz.
Mussolini afirma que, como boa parte das fábricas produtoras de insumos precisam passar por inspeção sanitária do país onde o remédio será registrado, as empresas chinesas tiveram de se adequar aos padrões de qualidade internacionais e melhoraram muito seus processos de produção nos últimos anos.
A Anvisa, inclusive, deve iniciar na próxima semana as inspeções nas fábricas chinesas que produzirão os insumos utilizados na produção da Coronavac e na vacina de Oxford/AstraZeneca, que também terá ingredientes ativos produzidos na China. O resultado sobre as inspeções deve sair entre o final de dezembro e o início de janeiro.
De acordo com dados da Anvisa, se somadas as inspeções feitas em fábricas de insumos sintéticos e biológicos (que incluem matéria-prima para vacinas), a China é o segundo país do mundo com mais vistorias realizadas pela agência brasileira, com 95 certificados de boas práticas ativos no momento.
Custos e modernização. Para Ronaldo Gomes, gerente-geral de inspeção e fiscalização sanitária da Anvisa, os baixos custos e os processos de modernização das empresas chinesas ajudam a explicar a alta produção de insumos farmacêuticos no país asiático.
“Se formos analisar os insumos farmacêuticos sintéticos, é possível que o principal motivo (da alta produção na China) sejam os custos operacionais mais baixos. Tem também a questão de oferecerem a cadeia produtiva completa, da química de base até a química fina”, explica ele. “Já quanto aos insumos farmacêuticos biológicos, como os de vacina, que exigem mais inovação, estão se modernizando, com parcerias com universidades e instituições de pesquisa.” /F.C.
Empresa tem sede no chamado ‘Vale do Silício chinês’
A sede da Sinovac e a maior parte de suas fábricas ficam estrategicamente localizadas no Parque de Ciência e Tecnologia Zhongguancun, em Pequim, conhecido como o Vale do Silício chinês. A zona, voltada para inovação, reúne empresas multinacionais, startups, universidades e centros de pesquisa.
Nos últimos anos, a biotech chinesa, de olho no mercado internacional, ampliou investimentos em ciência e tecnologia e buscou parcerias e certificações que atestem a qualidade dos seus produtos e afastem a imagem negativa que alguns países ainda têm sobre a indústria farmacêutica chinesa.
“Aquela ideia da China chão de fábrica, com mão de obra barata, precarização e produto de baixa qualidade é totalmente equivocada. O país tem passado por um upgrade tecnológico significativo. Entre 2010 e 2017, o investimento em pesquisa e desenvolvimento cresceu 17% ao ano. Nos Estados Unidos, a média foi de 4,3%”, diz Isabela Nogueira, professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio (UFRJ) e coordenadora do Laboratório de Estudos em Economia Política da China (LabChina).
Ela explica que, com maior investimento em ciência e inovação e o desejo das empresas chinesas de exportarem produtos de maior valor para o mundo, as companhias do país têm se esforçado na busca por certificações que atestem boas práticas de produção.
No caso da Sinovac, a mais importante chancela veio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2017, a empresa conseguiu que sua vacina contra hepatite A obtivesse a pré-qualificação da OMS. “A pré-qualificação é como se fosse um registro de uma agência regulatória, só que dado por um grupo de experts da OMS. Eles fazem vistorias na fábrica e checam os processos. É uma forma de chancelar que aquele produto passou por todos os controles de qualidade”, explica Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Ela diz ainda que só vacinas pré-qualificadas pela OMS podem ser compradas por agências da ONU para distribuição em países mais pobres ou com dificuldades logísticas.
Na busca por parcerias e maior integração global, a Sinovac já firmou acordos de cooperação com instituições como a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos EUA. Dos 910 funcionários que a companhia tinha em 2019, 154 eram dedicados à pesquisa e desenvolvimento. Desde sua fundação, a empresa já registrou 53 patentes.
A Sinovac também tornou-se membro da Rede de Fabricantes de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (DCVMN, na sigla em inglês), criada em 2000, com incentivo da OMS, para apoiar o aprimoramento dos processos de produção de empresas de nações emergentes.
“Fundamos a DCVMN em 2000 porque éramos poucos laboratórios em países emergentes produzindo vacinas. Só as multinacionais produziam, então tínhamos limitação de oferta, principalmente à população mais pobre”, explica Akira Homma, ex-presidente da DCVMN e assessor científico sênior de Bio-Manguinhos/Fiocruz, associada à rede. “Um dos objetivos é justamente apoiar os laboratórios associados a cumprirem os requisitos de qualidade para conseguirem a pré-qualificação”, explica ele. A aliança conta hoje com 41 empresas de países emergentes e 70 vacinas pré-qualificadas.
A tentativa de se inserir no mercado internacional é essencial para que a Sinovac consiga expandir seus negócios, hoje centrados em seu país de origem. Embora já tenha exportado seus produtos para 18 países, a companhia sobrevive graças ao mercado doméstico. No ano passado, 92% das suas vendas foram feitas dentro da China.
Na América Latina, a Sinovac obteve registro de produtos em ao menos dois países (Chile e México) e teve o imunizante contra hepatite usado na Guatemala e Honduras. A companhia nunca teve vacina licenciada ou usada no Brasil, segundo a Anvisa e o Ministério da Saúde.
Missão do governo de SP a pequim aproximou Butantã
Hoje parceiros no desenvolvimento e nos estudos clínicos da Coronavac, o Instituto Butantã e a Sinovac tiveram seu primeiro contato há alguns anos, por meio da Rede de Fabricantes de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (DCVMN, na sigla em inglês), entidade criada em 2000 para apoiar o aprimoramento de empresas de nações emergentes. Butantã e Sinovac são membros da entidade e eventualmente se encontravam nos eventos e reuniões anuais da aliança, que possui 41 fabricantes associados.
A relação ficou mais próxima, no entanto, a partir de agosto do ano passado, quando técnicos do Butantã conheceram uma das fábricas da Sinovac em Pequim durante missão do governo de São Paulo à China. “Visitamos produtores de vacinas em várias partes do país. Não cheguei a ir à Sinovac porque estava em outra agenda, mas uma equipe do Butantã foi e ficou impressionada. A tecnologia chinesa hoje compete com a das melhores multinacionais”, diz Dimas Covas, diretor do instituto.
Dois meses depois, foi a vez da Sinovac retribuir a visita. No final de outubro de 2019, representantes da empresa chinesa viajaram ao Rio para a reunião anual da DCVMN e aproveitaram a vinda ao Brasil para conhecer as fábricas do Butantã em São Paulo.
“Foi feito um termo de entendimento com intenções de cooperação porque há produtos que ambas as empresas tinham interesse, como a vacina da dengue. Foram conversas normais, não houve nenhum acordo específico. Não existia nenhum indicativo de que haveria pandemia”, diz Covas.
Quando o coronavírus chegou com força ao Brasil, o Butantã iniciou o trabalho de prospecção de empresas que já haviam iniciado o processo de desenvolvimento de uma vacina para firmar parcerias. O instituto, diz Covas, chegou a avaliar projetos de várias empresas, inclusive de farmacêuticas multinacionais, mas optou por uma empresa menor não por acaso. De acordo com o diretor, a proposta mais promissora do ponto de vista tecnológico, experiência prévia e proximidade entre as duas instituições foi a da Sinovac.
“Levamos em consideração o fato de não ser uma grande multinacional porque uma empresa menor tem interesses mais próximos aos do Butantã. Quando você se associa com alguém igual, você não fica na posição de submissão e dependência. Eles também precisam da gente para realizar os testes clínicos, então é uma associação de ganha-ganha”, destacou.
A rapidez no processo de desenvolvimento da vacina pela Sinovac foi possível graças a estudos prévios feitos pela companhia de um imunizante contra o coronavírus causador do surto de SARS em 2002. Na época, a companhia chegou a realizar a fase 1 de testes clínicos do imunizante, mas não pôde conduzir as etapas seguintes pois o vírus praticamente desapareceu.
A parceria entre Butantã e Sinovac foi tornada pública em junho, com um termo de cooperação, e oficializada em setembro, com a assinatura de um contrato prevendo o fornecimento, ainda neste ano, de 6 milhões de doses prontas da vacina e matéria-prima para a produção local de outras 40 milhões de unidades do produto.
O contrato, que prevê ainda a transferência completa da tecnologia para o Butantã, determina o repasse de cerca de U$ 90 milhões do instituto à empresa chinesa. O valor equivale a pouco mais de um terço de todo o faturamento da companhia em 2019.
Embora não seja o único país a firmar parceria com a Sinovac para os testes da Coronavac, o Brasil tornou-se estratégico para que a Sinovac finalize o estudo por causa do grande número de voluntários que estão sendo recrutados (13 mil) e dos altos índices de infecção no País, o que pode acelerar a comprovação da eficácia da vacina.
A Coronavac é testada também na Indonésia, em 2 mil voluntários, e na Turquia, em 1,3 mil participantes. Em outubro, o Chile anunciou que também participará da pesquisa com 3 mil voluntários e firmou acordo para receber 20 milhões de doses da vacina.
Dados das fases 1 e 2 dos testes e de uma primeira análise da fase 3 feita com 9 mil voluntários mostraram que a Coronavac se mostrou segura. Os resultados de eficácia devem sair até o fim do ano.
Uso emergencial
Paralelamente aos testes clínicos, a Sinovac iniciou, em julho, um programa de uso emergencial da Coronavac em cidadãos chineses. A prática teve o aval das autoridades sanitárias do país e vale também para outras farmacêuticas locais que estão desenvolvendo vacinas contra a covid. Balanço de dois meses atrás indicava que cerca de 60 mil pessoas já haviam tomado o imunizante da Sinovac por meio do programa, a maioria profissionais de saúde e outros trabalhadores expostos a maior risco de contaminação. Estariam incluídos no programa todos os funcionários da Sinovac e seus familiares.
A mídia estatal chinesa noticiou que, em algumas cidades, a Sinovac abriu cadastro para que qualquer indivíduo pudesse se inscrever para tomar as doses. O custo, de acordo com o site China Daily, é de U$ 30 por dose, mas não ficou claro se é o governo local ou o paciente quem paga.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.