A comercialização de cimento registrou queda de 3,8% em setembro, comparado com o mesmo período do ano passado, atingindo 5,5 milhões de toneladas comercializadas, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

No entanto, o despacho de cimento por dia útil em setembro foi de 238,4 mil toneladas, o que indica um aumento de 1,6% em relação a agosto, mas uma queda de 3,5% ante o mesmo período de 2021. Já no acumulado de janeiro a setembro foram vendidas 47,7 milhões de toneladas, com recuo de 3,0%.

De acordo com o SNIC, essa desaceleração das vendas é por conta da manutenção da Selic em 13,75% ao ano, o crescente endividamento das famílias e a lenta recuperação dos salários, que dificultam o acesso aos empréstimos e crédito, além da competição de investimentos imobiliários com produtos do mercado financeiro.

Segundo o presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna, para a retomada do crescimento do setor é necessário investimento no desenvolvimento urbano e de infraestrutura. “É fundamental elevar a presença do cimento em programas habitacionais, como uso da parede de concreto, que traz ganhos de produtividade e sustentabilidade para a construção civil”, diz.

A recente atualização do programa Casa Verde Amarela visando impulsionar o segmento da habitação popular mantém uma trajetória de queda de 3,9% no acumulado de janeiro até agosto, em comparação ao igual período de 2021.

Por outro lado, conforme projeções do SNIC, a recuperação de empregos, do PIB e esfriamento da inflação têm potencial para reduzir a queda de vendas de cimento para 2%.

O índice do consumidor subiu em setembro pelo quarto mês consecutivo, atingindo o melhor nível desde janeiro de 2020 e o da construção alcançou o maior patamar desde novembro de 2012, segundo o Snic. Porém, nem todos os segmentos da construção avançaram na mesma direção. Edificações teve recuperação, mostrando uma confiança semelhante ao alcançado no início de 2014 e queda no da infraestrutura na visão dos empreendedores.