O clima favorável à colheita de soja da safra 2024/25 no Brasil e na Argentina e ao cultivo da temporada 2025/26 nos Estados Unidos pressionou os prêmios de exportação da oleaginosa e também os preços no mercado brasileiro nesta semana, apontou nesta sexta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

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Os vencimentos de parcelas de custeios para produtores de soja no encerramento de abril reforçaram o movimento de baixa, elevando pontualmente o interesse de venda, que ficou acima da demanda, acrescentou centro de estudos da Esalq/USP.

Segundo dados do Cepea, o prêmio de exportação de soja foi ofertado na quarta-feira a 25 centavos de dólar/bushel pelo comprador e a 35 centavos de dólar/bushel pelo vendedor, contra 70 centavos de dólar/bushel pelo vendedor na semana passada e mais de US$1 na primeira semana de abril.

Diante disso, o preço FOB em Paranaguá caiu significativos 4,9% de 24 a 30 de abril, passando para US$ 392,81/tonelada na quarta-feira.

“Vale mencionar que, na maior parte de abril, as cotações estiveram cima de US$400,00/tonelada”, disse o Cepea.

O Indicador CEPEA/ESALQ com base Paranaguá fechou a R$132,14/sc de 60 kg no dia 30, queda de 2,2% frente ao do dia 24. Na média de abril, o indicador avançou 0,9% sobre a de março.

Enquanto no Brasil a colheita está praticamente finalizada e será recorde, ela segue avançando na Argentina, notou o Cepea.

“Na Argentina, produtores estão mais otimistas. Além de maior incentivo do governo para as exportações, as áreas recém-colhidas apresentam maior produtividade que as precoces”, afirmou o relatório, citando que cerca de 25% da área havia sido colhida até 29 de abril.

Nos Estados Unidos, o cultivo da soja na temporada 2025/26 alcançou 18% até 27 de abril, avanço de 10 pontos percentuais em uma semana e acima dos 12% na média dos últimos cinco anos, de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA).