A sonda Amal, dos Emirados Árabes Unidos, voou a 100 quilômetros da lua Deimos, o menor e mais afastado dos dois satélites naturais de Marte, no mês passado. As fotos foram divulgadas na última segunda-feira, 24.

A Amal (também chamada de Hope) conseguiu um dois-por-um quando Marte “fotobombeou” (apareceu de forma não intencional) algumas das imagens. Foi o mais próximo que uma espaçonave esteve de Deimos em quase meio século.

A sonda também observou o lado pouco explorado da lua, com crateras de formato estranho, com apenas 15 por 12 quilômetros de diâmetro. A outra lua de Marte, Phobos, é quase o dobro deste tamanho e é melhor entendida, visto que sua órbita é muito mais próxima do planeta – apenas 6 mil quilômetros distante, o mais perto entre qualquer lua de planetas do nosso Sistema Solar.

A órbita de Deimos em torno de Marte se estende por 23 mil quilômetros. Isso está próximo da órbita da parte interna da sonda – “que é o que tornou a observação de Deimos uma ideia tão atraente”, disse o principal cientista da missão, Hessa al-Matroushi. “Phobos recebeu a maior parte da atenção até então — Agora é a vez de Deimos!”, acrescentou, em entrevista por e-mail.

Al-Matroushi e outros cientistas da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos disseram que essas novas imagens indicam que Deimos não é um asteroide que foi capturado na órbita de Marte eras atrás, que era a principal teoria até agora. Em vez disso, eles afirmam que a lua parece ser de origem marciana – talvez da maior lua marciana ou do próprio planeta Marte. As descobertas foram apresentadas na segunda-feira na assembleia geral da União Europeia de Geociências em Viena.

Amal continuará a passar por Deimos este ano, mas não tão perto quanto no encontro de 10 de março, de acordo com al-Matroushi.

O Viking 2 da NASA chegou a 30 quilômetros de Deimos em 1977. Desde então, outras espaçonaves fotografaram o satélite natural, mas de uma distância muito maior.

Amal disparou para Marte em 19 de julho de 2020, um dia antes do 50º aniversário do primeiro pouso lunar da humanidade – na lua da Terra -, por Neil Armstrong e Buzz Aldrin, da Apollo 11.