A candidata do União Brasil à Presidência, Soraya Thronicke, acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para barrar o presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar imagens do funeral da rainha Elizabeth II e da Assembleia Geral das Nações Unidas na campanha eleitoral.

Bolsonaro viajou a Londres com a primeira-dama Michelle Bolsonaro e outros aliados. O presidente foi recepcionado pelo rei Charles III no Palácio de Buckingham. A recepção faz parte do cronograma do funeral da rainha Elizabeth II e contou com a presença de mais de 100 chefes de Estado.

O presidente também aproveitou a viagem para conversar com apoiadores em Londres. Ele fez um discurso da sacada da casa do embaixador do Brasil, onde está hospedado, e afirmou que não tem como não vencer a disputa no primeiro turno. Na sequência, Bolsonaro fará um discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na próxima terça-feira, 20.

Na ação, a campanha de Soraya pede para que nenhuma imagem da atuação de Bolsonaro como chefe de Estado nos dois eventos seja usada em materiais gráficos, fotografias ou vídeos na campanha eleitoral. Os advogados da candidata argumentam que o uso das imagens afetaria a igualdade de oportunidades entre os candidatos e a lisura do processo eleitoral.

“Pretende-se, ademais, coibir e sancionar eventual desvio de finalidade na conduta do candidato, que utilizando-se de recursos públicos realiza verdadeiro evento político com discurso voltado à sua reeleição”, diz o pedido. “Justamente por se tratar de eventos oficiais aos quais o representado somente comparecerá na condição de representante do Brasil, as viagens serão totalmente financiadas com recursos públicos. Daí que, em se confirmando o uso eleitoreiro dos eventos, estar-se-á diante de clara situação de emprego de recursos patrimoniais públicos em benefício de sua candidatura, em flagrante abuso do poder econômico e político.”

Na última semana, o TSE proibiu Bolsonaro de usar imagens do Bicentenário da Independência em suas propagandas no horário eleitoral. O ministro Benedito Gonçalves viu favorecimento eleitoral do candidato à reeleição no uso de gravações feitas pela TV Brasil durante o 7 de Setembro.