Nos últimos meses, foram divulgados vários estudos sobre mudanças climáticas. Entre eles, o G8 Climate Scorecards, uma análise feita pela Ecofys, uma consultoria alemã. No relatório, o Brasil aparece como um dos responsáveis pelo aquecimento global e o maior vilão, segundo o estudo, é o desmatamento. A derrubada de árvores gera gases do efeito estufa, que provocam o aumento dos buracos da camada de ozônio. No entanto, se por um lado o Brasil contribui para a elevação da temperatura do planeta, por outro ele sofre as consequências dessas atitudes. Pode-se dizer que o setor mais prejudicado é o agronegócio, que terá uma severa transformação nas regiões produtivas: fazendas antes férteis podem ficar inférteis, acarretando mudanças no mapa agrícola, como pode ser conferido a seguir.

O custo do aquecimento

Entenda como o mapa atual do agronegócio brasileiro poderá ser afetado com as emissões de CO2

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Baseado no estudo “Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil”, realizado pela Embrapa em parceria com a Unicamp e com o apoio da Embaixada do Reino Unido, DINHEIRO RURAL preparou o infográfico ao lado. O critério adotado pela revista para a escolha da lavoura foi a produção de matérias- primas para a indústria de alimentos. Neste contexto, o algodão foi excluído por estar mais ligado ao setor têxtil. O mapa ilustra os principais Estados produtores das seguintes culturas: arroz, café, cana, mandioca, milho e soja. Além disso, traz informações sobre o futuro dessas atividades em 2020 e 2050 num cenário de elevação da temperatura entre 1,4ºC e 3,8ºC até 2100. A região Norte, com exceção do Pará, que é o Estado número 1 no ranking da produção de mandioca, foi excluída por questões ambientais. De acordo com o estudo, as perdas decorrentes das mudanças climáticas podem causar um prejuízo de R$ 7,4 bilhões/ ano em 2020. A pecuária, junto com o desmatamento, é apontada como agente catalisador do efeito estufa. Neste cenário, o trabalho traça como deve ficar a geografia agrícola brasileira. Só para ter uma ideia, o café, antes concentrado em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, pode ter de mudar para o Sul do Brasil.