A tarifa de 10% sobre produtos brasileiros anunciada na semana passada pelo governo dos Estados Unidos fechou a possibilidade de exportações de etanol para os norte-americanos, que já vinham registrando baixos volumes historicamente, avaliou a consultoria Datagro em análise nesta segunda-feira.

Antes, os EUA aplicavam uma tarifa de 2,5% sobre o etanol brasileiro, que pode ser reajustada para 10% ou adicionada para 12,5%, comentou a consultoria em relatório.

“Independentemente, para ambos os casos, os EUA fecharam definitivamente a janela de importação”, disse a Datagro.

As exportações brasileiras no último ano foram mais baixas do que em anos passados. Os EUA importaram 330 milhões de litros em 2024, ou 16,4% do total exportado pelo Brasil para todos os destinos.

O volume exportado aos EUA no ano passado ficou abaixo de 1% da produção total do Brasil em 2024/25, lembrou a Datagro.

Se as tarifas inviabilizam as exportações aos EUA, podem abrir outros mercados, caso países afetados pelas tarifas resolvam reagir, impondo restrições ao produto dos EUA.

“O etanol brasileiro também pode ser beneficiado no mercado externo. Também vale lembrar que os EUA exportaram um volume recorde de 7,4 bilhões de litros de etanol em 2024, com Canadá, Reino Unido, Índia, Colômbia, Coreia do Sul e União Europeia entre os principais destinos”, destacou a Datagro.

“Caso esses países resolvam retaliar os EUA através do mercado de etanol, abre-se um leque importante para o combustível brasileiro”, completou.