A senadora e candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet, visitou nesta sexta-feira, 9, o Hospital de Base de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Entre as propostas para a área da saúde estão, se eleita, zerar em até dois anos a fila de cirurgias eletivas, de exames e consultas e reajustar em 100% a Tabela SUS.

“Temos um passivo da pandemia que teremos que considerar para dar continuidade ao estado de calamidade. Estão fazendo isso para pagar o orçamento secreto. A ideia é criar um crédito extraordinário e essas cirurgias que ficaram represadas nós teremos condições de colocar fundo a fundo nos municípios, nos Estados e para filantrópicas, santas casas. Executaram o serviço, entregam a nota, o recurso vai ser pago”, disse.

Sobre a Tabela SUS, a proposta da senadora é reajustar os valores 25% a cada ano. “Tem quase R$ 20 bilhões do orçamento secreto. Dá bem menos que isso”, disparou. A Tabela SUS é usada para definir as transferências de recursos entres os diversos entes do sistema de saúde nacional. Ela remunera por procedimento.

Simone prometeu ainda expandir a experiência do Hospital de Base de São José do Rio Preto para todo o País. “Precisa regionalizar a saúde. Fazer 350 a 400 polos regionais para fazer com que o Brasil tenha o que o interior de São Paulo tem. Vocês atendem aqui 104 cidades. É possível otimizar os recursos”, salientou.

Em um ataque direto ao presidente Jair Bolsonaro (PL), a candidata disse que, se eleita, vai levantar o sigilo de atos do atual governo. “Vamos abrir o sigilo de 100 anos. O que é esse cartão corporativo que cada viagem custa R$ 400 mil, R$ 500 mil, de um final de semana, uma semana. Vamos parar de viajar então. Ou vamos viajar com uma turma menor. Ficar em hotéis mais baratos”, afirmou.

Simone disse ainda que “na primeira canetada, todos os ministros vão estar obrigados a colocar no portal da transparência todo recurso do orçamento secreto e todo recurso do cartão corporativo. Não vai ter sigilo no Brasil, salvo os casos de soberania nacional e segurança nacional das Forças Armadas”.

Durante o mandato de Jair Bolsonaro, o Palácio do Planalto decretou sigilo sobre reuniões entre o presidente e pastores. Os encontros do presidente com o líder do PL, Valdemar Costa Neto, também são sigilosos. Em 2021, o Exército impôs sigilo de 100 anos sobre a sindicância aberta para investigar a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em ato de apoio a Bolsonaro no Rio de Janeiro. No mesmo ano, o Palácio do Planalto também decretou um século de sigilo sobre as informações do cartão de vacinação de Bolsonaro. Também há sigilo sobre o acesso dos filhos de Bolsonaro ao Palácio do Planalto.