08/09/2020 - 11:11
O clima desfavorável no exterior empurra o Ibovespa para o campo negativo neste primeiro dia útil da semana – ontem o mercado doméstico e o dos EUA ficou fechado por conta de feriado. As ações de empresas ligadas a commodities, sobretudo ao petróleo recuam. Nesta terça, a matéria-prima cai de forma expressiva, na faixa entre 5% (Londres) e 7,00% (Nova York), diante de preocupações de que ocorra um aumento no número de novos casos de covid-19 nos EUA após o feriado do Dia do Trabalho, comemorado ontem, o que pode atrapalhar a retomada econômica global. O movimento influencia ainda mais a queda das bolsas europeias e em Nova York, que passam por mais uma dia de ajustes depois dos recordes recentes. Além disso, pairam preocupações na Europa.
Os papéis da Petrobras sofrem os efeitos do recuo do petróleo e ainda da notícia de que a estatal está com cinco unidades marítimas de produção da commodity paradas.
Já a Vale informou que não chegou a um acordo com a New Century Resources Limited (NCZ), mineradora australiana, envolvendo a venda de sua participação de 95% na Vale Nouvelle Caledonie S.A.S. (VNC), produtora de níquel, na França. Isso encerra um período de exclusividade com a New Century Resources.
O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao, na China, por sua vez, fechou em leve alta de 0,01%, a US$ 129,12 a tonelada. Ainda assim, os papéis cediam 2,26%, às 10h47. Já os da Petrobras recuavam 4,10% (PN) e 4,67% (ON).
O debate sobre o Brexit está de volta ao centro das atenções, e um cenário de saída da União Europeia sem acordo é cada vez mais provável, cita Roberto Attuch Jr., CEO da Omninvest. “Aparentemente, cita, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson teria concluído que o acordo que ele mesmo firmou com a UE é contraditório em função da questão da fronteira com a Irlanda”, avalia.
Já na Alemanha, acrescenta o CEO, Angela Merkel está pressionada para abandonar o Gasoduto Nord Stream 2, da Rússia para a Europa. Às 9h49, o Ibovespa futuro caía 1,01%, aos 99.980 pontos.
No Brasil, os olhares dos investidores se concentram nos atritos entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a criação de fundos para o desenvolvimento regional. Ficam ainda atentos ao andamento da reforma administrativa.
A Câmara dos Deputados poderá votar na quarta-feira, 9, projeto de resolução que permite o funcionamento de algumas comissões, como a de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que é por onde deve começar a tramitar a reforma.
Depois de sinais de melhora nas relações entre executivo e legislativo, que ajudaram a esfriar os ânimos e alimentar a expectativa de avanços na agenda, “o mal estar explicitado entre Maia e Guedes faz o contraponto”, observa em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada.
No campo corporativo, o destaque é assembleia geral da Oi, nesta terça-feira. A Anatel decidiu votar favoravelmente à aprovação do aditamento ao plano de recuperação judicial da Oi na assembleia geral de credores que será realizada na terça-feira.
Além disso, a operadora de telefonia confirmou a qualificação de “stalking horse” para a proposta conjunta de Claro, TIM e Vivo para a aquisição da sua operação de telefonia móvel, conforme antecipou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Às 10h37, TIM ON subia 1,63%, enquanto Vivo PN tinha alta de 0,68%.