Termina nesta sexta-feira (23) o prazo para que o empresário Thiago Brennand volte ao Brasil e entregue seu passaporte à Justiça. Ele é acusado por ao menos dez mulheres dos crimes de estupro, ameaça, cárcere privado e lesão corporal. Ele viajou para Dubai no último dia 4 e, até o momento, não se sabe o seu paradeiro.

O processo no qual foi determinado seu retorno ao Brasil tramita em segredo. Contudo, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou o término do prazo nesta sexta.

O empresário passou a estar nos noticiários depois de ser flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em um shopping de São Paulo, caso revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo. Em entrevista ao Estadão, a modelo afirmou que as agressões físicas e verbais que sofreu teriam sido por causa da sua recusa em sair com o empresário. Ele se utilizaria da ajuda de uma outra mulher para abordar suas potenciais vítimas, convidando-as para passeios. De acordo com Helena, muitas sequer sabiam que Brennand estaria presente.

Devido à repercussão das imagens da academia, outras mulheres sentiram-se encorajadas a denunciar Brennand. Muitas vítimas foram acolhidas pelo escritório Janjacomo Advogados, em São Paulo, e, até esta sexta, dez já haviam procurado a polícia para formalizar queixa contra ele.

A decisão que determina a volta do acusado para o Brasil é da juíza Érika Soares de Azevedo Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. Além do retorno ao Brasil, Brennand também está proibido de frequentar academias e deve manter uma distância mínima de 300m da modelo Helena Gomes, além de não poder fazer qualquer tipo de contato.

Brennand é acusado de outros crimes, não apenas contra mulheres. Vitor Igor Rodrigues Machado, garçom de um restaurante no interior do condomínio Fazenda Boa Vista (35 km de Sorocaba, interior de São Paulo), relata que foi agredido com socos pelo empresário e que, desde então, não conseguiu retornar às suas funções. Ele foi remanejado para outro setor da empresa.

Esta semana o Estadão divulgou também um vídeo no qual Brennand vandaliza uma oferenda de religiões de matriz afro. Contudo, não há investigações contra ele por crimes de intolerância religiosa ou racismo.

COM A PALAVRA, THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com os dois escritórios que hoje representam Thiago Brenannd – Carlos Barros & Gustavo Rocha Advocacia Criminal, em Recife, e Alves de Oliveira & Salles Vanni Sociedade de Advogados, em São Paulo. Contudo, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta. A palavra está aberta.