08/12/2015 - 11:54
A linhagem do Nelore, cuidadosamente selecionada pelo criador Adir Leonel e seu filho Paulo Leonel, faz jus ao destaque alcançado em âmbito nacional. Essa afirmação é, mais uma vez, comprovada com a ultrassonografia realizada nos reprodutores da propriedade ao identificar no touro Quanupur DA 2L escore de marmoreio de 5,02 – um novo recorde da raça encontrado no Brasil.
O legado genético de Adir é representado não somente pelos touros, mas por um rebanho minuciosamente formado de matrizes altamente produtivas e adaptadas ao sistema de pastejo. “Animais criteriosamente lapidados para caracterização funcional da raça Nelore, em que o couro, cupim, aprumos, cauda e toda a morfologia racial e de biotipo possuem uma função zootécnica”, declara o gerente de produto corte da CRI Genética, Daniel Carvalho, e reitera, “beleza zootécnica é diferente de beleza racial e este é o ponto chave da seleção Adir”.
De acordo com Paulo, a seleção visa altos índices de produtividade e padrão racial, aliado à adaptabilidade – o Nelore capaz de sobreviver ao sistema de pasto sem fornecimento de auxilio alimentar. “Preconizo habilidade materna, fertilidade, animais que resistem bem durante a seca – todos os animais que sentem mais no período de estiagem são descartados. Além disso, a parte racial tem que ser preservada, pois crio uma raça pura, então me empenho em manter os padrões dela”, aponta.
Diante disso, Paulo afirma que o foco da seleção não foi o marmoreio, mas que o resultado de 5,02 alcançado por QUANUPUR representa uma consequência da exigência feita no rebanho, o reflexo de uma vida inteira de dedicação no melhoramento da raça. Carvalho, ao conferir os dados, completa, “o resultado com o marmoreio (MAR) apresenta uma evolução nítida que pode gerar um grande impacto na raça. No entanto, a qualidade da linhagem Adir não se restringe ao MAR, uma característica que nem inerente é à raça Nelore, mas também à área de olho-de-lombo (AOL) e espessura de gordura subcutânea (EGS)”.
Para exprimir com propriedade o depoimento sobredito, Carvalho pauta-se na parceria existente entre a CRI e o criador, há três anos, enquanto primeira e única central a acreditar e trabalhar com a genética fechada 100% Adir. Fato que permitiu acompanhar com proximidade a seleção do Nelore desenvolvida pelo criatório.
Seleção Adir
Os índices de MAR, conferidos no rebanho Adir, correspondem aos oito melhores animais entre os 600.000 avaliados. Além disso, o novo recorde alcançado apresenta apenas o resultado de uma parcela do trabalho realizado por Paulo e o seu pai (Adir), uma vez que o diferencial do rebanho está fundamentado na seleção funcional, para produzir animais equilibrados que servirão para a pecuária moderna, nas mais diversas circunstâncias.
Liliane Suguisawa, diretora do DGT Brasil, afirma que encontrou na linhagem Adir animais extremamente superiores para AOL, ratio (relação entre altura e largura do contrafilé), MAR e EGS – indivíduos equilibrados. “Encontrei, com a ultrassonografia, o touro do mais alto nível de MAR do Brasil, animal inédito do rebanho nelore. Mas, além do QUANUPUR, outros touros merecem destaque, como o Jallad, que obteve 4,25 com área de lombo espetacular, muito equilibrado”, aponta.
Para conferir o potencial dos indivíduos, no viés voltado para o interior do animal, Liliane afirma medir o tamanho do AOL (também conhecido como contrafilé), que traduz o potencial genético, de proporcionar o rendimento de corte cárneo dentro da indústria frigorífica, assim, quanto maior o contrafilé, melhor a genética do animal em gerar rendimento de corte de carne e musculosidade.
Além disso, é avaliado na ultrassonografia o formato do contrafilé, o ratio, que tem influência direta com cortes da carne, e o EGS – quanto maior essa espessura, mais precoce é o filho dele que vai para o abate, do mesmo modo que a filha entra na reprodução. “Na verdade eu faço o mapeamento da composição de carcaça do animal, por dentro”, contribui.
Levando em consideração as mensurações conferidas, Liliane acrescenta, “o rebanho do Paulo tem o ratio muito alto, isso é uma coisa que a pecuária precisa melhorar bastante. Os touros avaliados são potenciais, enquanto melhoradores da carne. Animais com alto rendimento de carcaça”.
Para alcançar tamanho desfecho na seleção, Paulo afirma valorizar, atualmente, os abates técnicos por touro que realizam. “Nós somos os únicos no Brasil que fazemos abate técnico por touro, dos filhos com DNA. Isso traduz a realidade do que o animal produz, por avaliar os filhos no ‘gancho’ do frigorífico. O nosso gado transmite um alto índice de padronização, de animais aptos para exportação, para Cota Hilton”, confirma.
Em suma, ao discutir o potencial da linhagem Adir, as opiniões de Liliane e Carvalho são convergentes. “São animais que podemos utilizar com tranquilidade, pois eles agregam em tudo, em todas as questões importantes da pecuária”, assegura Liliane. “Estamos diante de um divisor de águas para a pecuária Nacional e mundial”, completa Carvalho. Fonte: Ascom