Nova York, 1 – Trabalhadores portuários iniciaram, à meia-noite, uma greve em dezenas de portos dos Estados Unidos, em um movimento que pode mexer com a economia norte-americana a cinco semanas da eleição presidencial. A paralisação interrompe alguns dos principais pontos de entrada do país para importações de alimentos, veículos, máquinas pesadas, materiais de construção, produtos químicos, móveis, roupas e brinquedos. A greve afeta 36 portos da Costa Leste e da Costa do Golfo, e é a primeira do sindicato desde 1977.

Membros da Associação Internacional dos Estivadores (ILA, na sigla em inglês), que representa 45 mil trabalhadores nos portos, começaram a protestar na manhã desta terça-feira após o término do contrato com os empregadores. A ILA exige um aumento salarial de 77% ao longo de seis anos como condição para iniciar negociações, de acordo com fontes.

Nas 24 horas antes do prazo final da greve, os empregadores aumentaram sua oferta salarial para um acréscimo de 50% ao longo de seis anos, em comparação com o aumento anterior de 40%, além de outros benefícios. Sem a demanda salarial atendida, o sindicato se recusou a se reunir com o grupo que representa os empregadores.

A Casa Branca tenta mediar a questão, enquanto grupos empresariais e legisladores republicanos pedem para que o governo invoque uma lei federal, a Taft-Hartley Act, para manter os portos abertos por mais 80 dias.

Cerca de metade das importações para os EUA passa pelos terminais de contêineres na Costa Leste, o que significa que apenas alguns dias de greve podem ter um efeito perceptível e levaria semanas até que os terminais conseguissem resolver o acúmulo de mercadorias. Se os portos permanecerem fechados por algumas semanas, a cadeia de suprimentos não retornaria ao normal até o início de 2025, disse o analista sênior do Sydbank Mikkel Emil Jensen. Analistas da Jefferies estimam que a greve pode custar à economia do país US$ 4 bilhões por dia. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press