03/03/2023 - 19:31
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) informou, em nota, que se mantém contrário ao plantio comercial, ao uso e à comercialização de trigo geneticamente modificado (OGM) no Brasil. “Esse não é apenas o entendimento da instituição, mas de consumidores brasileiros que estão cada vez mais reticentes a alimentos produzidos com origem transgênica”, disse o coordenador do programa de consumo sustentável do Idec, Rafael Arantes, em nota enviada ao Broadcast Agro.
A manifestação do Idec ocorre após a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ter aprovado, ontem, o plantio comercial e a comercialização no Brasil do cereal trigo OGM. Até então, estava autorizado, desde novembro de 2021, somente o uso, a comercialização e a importação da farinha proveniente do trigo transgênico no País. Com a decisão, a CTNbio considera que o cereal transgênico não apresenta risco à saúde humana ou ambiental.
De acordo com o Idec, 17 mil consumidores assinaram petição contrária à liberação do trigo transgênico no Brasil. “Especificamente em relação à aprovação do trigo, o que colocamos na época e foi enviado em forma de ofício para a própria CTNBio, é que 17 mil consumidores brasileiros assinaram uma petição dizendo não querer aprovação do trigo transgênico, o que é um número expressivo. Vale reforçar que esse entendimento e essa petição da qual o Idec faz parte integra uma documentação enviada à CTNBio que reúne a assinatura de 377 entidades, institutos de pesquisa, e outras organizações, que tinham o mesmo entendimento de preocupação e contrário a liberação do trigo transgênico”, disse Arantes.
De acordo com o coordenador do Idec, a orientação do instituto para os consumidores é de que estejam atentos às embalagens dos produtos à base de trigo, a fim de identificar nos rótulos a presença do símbolo que representa a origem transgênica. “Essa é a forma que os consumidores vão poder identificar a utilização de farinha de trigo de origem transgênica e, a partir deste direito à informação, poder optar por consumir ou não. E para as indústrias e empresas que utilizarem uma matriz do trigo transgênico em seus produtos, que expressem conforme decretos e regulamentos vigentes a origem transgênica do trigo”, alerta Arantes.