20/03/2024 - 11:30
Bruxelas, 20 – Legisladores da União Europeia (UE) concordaram nesta quarta-feira (20) em renovar as taxas de importação da Ucrânia, ao mesmo tempo em que adicionam medidas de proteção para produtos agrícolas, a fim de atender às preocupações dos agricultores do bloco. O acordo de um ano, fechado na véspera de uma cúpula de líderes da UE em Bruxelas, agora precisa ser aprovado formalmente pelo Parlamento e pelos países-membros para entrar em vigor em 5 de junho, quando se encerra a suspensão temporária dos direitos de importação e cotas sobre as exportações agrícolas ucranianas.
O acordo, concedido pela primeira vez em 2022 para apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia, agora vem com a garantia de que a Comissão Europeia vai “reintroduzir cotas tarifárias se as importações de aves, ovos, açúcar, aveia, milho, sêmola e mel” ultrapassarem os volumes médios importados em 2022 e 2023. Isso limitaria as importações de baixo custo dos produtos com o objetivo de manter os agricultores locais competitivos no mercado. Inicialmente, a proposta cobria aves, ovos e açúcar, mas foi estendida para aveia, milho, sêmola e mel.
Os legisladores da UE disseram que “obtiveram compromissos firmes da comissão para agir se houver um aumento nas importações ucranianas de trigo”. A relatora Sandra Kalniete disse que o acordo alcançou um bom equilíbrio entre a necessidade de apoiar a Ucrânia e preservar os interesses dos agricultores da UE. “O Parlamento entendeu as preocupações e reforçou medidas de salvaguarda que aliviam a pressão sobre os agricultores da UE, caso fiquem sobrecarregados por um aumento repentino nas importações ucranianas”, acrescentou.
Os agricultores europeus têm protestado nas últimas semanas em todo o bloco. A Polônia foi um dos países que lideraram o ataque contra as importações livres de impostos, com agricultores bloqueando as fronteiras com a Ucrânia em fevereiro, derramando grãos ucranianos e queimando pneus. Além dos protestos contra a importação de alimentos da Ucrânia, os produtores rurais se manifestaram contra as políticas ambientais da União Europeia. Fonte: Associated Press.