13/02/2023 - 8:19
A zona do euro deverá crescer mais do que se esperava este ano, evitando uma recessão técnica, mas a perspectiva do bloco segue fraca, uma vez que a inflação elevada e agressivas altas de juros deverão afetar a atividade econômica, segundo documento de projeções econômicas da Comissão Europeia publicado nesta segunda-feira, 13.
Na edição de inverno de seu relatório de projeções, a Comissão – braço executivo da União Europeia – agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresça 0,9% em 2023. Em novembro, a previsão era de alta bem mais modesta, de 0,3%.
O melhor desempenho se deve à desaceleração dos preços de energia, que ajudou a reduzir as pressões inflacionárias nos últimos meses.
“A diversificação contínua das fontes de abastecimento e uma queda acentuada no consumo deixaram os níveis de armazenamento de gás acima da média sazonal dos últimos anos, e os preços do gás no atacado caíram bem abaixo dos níveis pré-guerra”, diz a Comissão”, referindo-se ao conflito da Rússia na Ucrânia.
Embora a perspectiva para 2023 tenha melhorado, o ganho de 0,9% do PIB esperado para este ano marca um forte arrefecimento em relação à expansão de 3,5% que a zona do euro registrou em 2022.
“À medida que as pressões inflacionárias persistirem, o aperto monetário deve continuar, pesando sobre a atividade empresarial e exercendo impacto nos investimentos”, diz o relatório.
No começo de fevereiro, o Banco Central Europeu (BCE) elevou sua taxa de juros para depósitos em 50 pontos-base, a 2,50%, e previu um aumento da mesma magnitude para março.
Para 2024, a Comissão reiterou projeção de que o PIB da zona do euro deverá crescer 1,5%.
Já a inflação da zona do euro deverá permanecer alta este ano, mas não tanto quanto se imaginava três meses atrás.
Com a moderação dos preços de petróleo e do gás, a Comissão prevê agora que o índice de preços ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro subirá 5,6% em 2023, ante projeção anterior de 6,1%. Para o próximo ano, a previsão do CPI foi levemente ajustada para baixo, de 2,6% a 2,5%.
Ainda no relatório, a Comissão avalia que o pico do CPI na zona do euro provavelmente ficou para trás, após três meses consecutivos de desaceleração. Por outro lado, o núcleo do CPI, que desconsidera preços de energia e alimentos, ainda não chegou ao ápice, diz o braço executivo da UE.
Após atingir recorde histórico de 10,6% em outubro do ano passado, o CPI da zona do euro perdeu força nos meses seguintes, chegando a 8,5% em janeiro. A taxa, no entanto, segue muito acima da meta de inflação do BCE, que é de 2%.