O empresário Werner Ullman, do município de Cascavel (PR), sabia tudo de sistemas de ar-condicionado. Seu negócio consistia em resolver problemas ligados a todo tipo de aparelho de refrigeração, de residências a indústrias. Certo dia, um cliente descontente com o volume de perdas em seu armazém de soja perguntou se Ullman poderia criar algum dispositivo para diminuir o prejuízo, que era fruto do excesso de calor no interior dos silos.

Curioso, o empresário-inventor topou o desafio. Passados alguns dias, ele apareceu com um pequeno conjunto de exaustores e o instalou nos armazéns de seu cliente. A ideia simples resultou num ganho de 1.200 sacas de soja por armazém/safra – algo em torno de R$ 50 mil, ante um investimento de apenas R$ 8 mil.

A tecnologia ganhou o nome de Cycloar, por utilizar os mesmos princípios de um ciclone, que puxa o ar quente para cima, evitando o acúmulo de umidade dentro do silo. O custo do equipamento depende do produto armazenado, do material que reveste as paredes e do nível de calor da região onde está instalado. Mas Ullmann garante que o investimento vale a pena.

Numa simulação de um silo vertical, de 18 metros de diâmetro, com capacidade para 50 a 60 mil sacas de soja, a estimativa é de perda de 1,2 mil sacas, que, levando em conta o preço da saca de R$ 42, provoca um prejuízo de R$ 50 mil.

Nesse cenário, seria necessária a instalação de 12 equipamentos, a um preço total de R$ 8 mil. “Se pensar em dez anos, isso significa uma perda de R$ 500 mil. Como o equipamento tem garantia de dez anos, ele oferece um retorno de R$ 420 mil”, diz.