01/11/2010 - 0:00
Seguradora brasileira recebe aporte financeiro da suíça Swiss e se prepara para ampliar participação no agronegócio do País
Nos últimos meses, o diretor- presidente da UB F Seguros, Luiz Roberto Foz, tem voltado seu olhar para as lavouras brasileiras. O setor, que já representa uma boa parte dos negócios da seguradora que foi uma das pioneiras em desenvolver apólices rurais, é considerado estratégico para os planos da empresa de crescer no Brasil. Planos que estão sendo construídos com um forte “sotaque” suíço. Isso graças a um acordo recém-firmado entre UBF e a resseguradora suíça Swiss, que aportou US$ 40 milhões e se tornou sócia-majoritária da companhia. Os outros sócios são a americana Radian, o grupo brasileiro Rio Bravo e o Banco Mundial, através de seu braço financeiro IFC. Com a operação, a companhia mais do que duplicou seu capital para US$ 60 milhões e agora pretende investir em novas modalidades de seguro para conquistar a clientela rural. “O seguro agrícola vem crescendo no País e ainda assim, apenas 10% da área brasileira é segurada. Há um potencial imenso para crescer nesse segmento e vamos investir”, afirma Foz.
“Com a parceria estamos capitalizados e prontos para crescer no mercado brasileiro de seguros”
Luiz Roberto Foz,
diretor-presidente da UBF
Atualmente, a UBF já possui participações importantes em modalidades de seguro de florestas, patrimônio rural, incêndio, e é uma das pioneiras no seguro de animais e pecuário. “A chegada da Swiss traz um impacto grande porque seremos o braço de seguros deles no Brasil, com isso iremos trazer experiências e modelos de outros lugares do mundo e estender nossas atividades para áreas que ainda não atuamos, como a agricultura familiar”, revela o executivo. A meta é aumentar a participação no mercado, que hoje está em 20% e alcançar uma carteira de dois milhões de produtores.
A estratégia para ganhar mercado é oferecer produtos mais direcionados a problemas locais. Para tanto, dezenas de agrônomos da empresa têm visitado as principais regiões agrícolas do País. Os relatórios que chegam ao escritório da empresa devem dar origem a novas modalidades. “Assim que tivermos a liberação da Superintendência de Seguros Privados (Susep), iremos trazer novidades para esse mercado”, diz o executivo.
Seguradora brasileira recebe aporte financeiro da suíça Swiss e se prepara para ampliar participação no agronegócio do País
Para a Swiss a operação é uma oportunidade de ter uma participação mais efetiva no mercado brasileiro, conforme explica o diretor da divisão de seguros e linhas especiais da Swiss Re, Rudi Flunger. “A liberalização do mercado brasileiro de (res)seguros aumentou a concorrência e a necessidade por inovação de produtos, experiência em subscrição e gestão de riscos. A UBF Seguros foi pioneira no desenvolvimento dos mercados de garantias e seguros agrícola no Brasil”, ressalta o diretor. “A transação reflete o compromisso da Swiss Re com o mercado brasileiro, que tem importância estratégica destacada e onde estamos fazendo negócios há mais de 80 anos”, completou.
Para Foz, a entrada de empresas importantes no mercado de seguro agrícola no País é um reflexo do amadurecimento que o setor vem tendo nos últimos anos. “Seguro está atrelado aos planos de governo e às políticas de subvenção deram resultados”, opina o diretor que chama a atenção para o que considera um retrocesso nesse tipo de política. “Desde o ano passado o governo vem cortando o valor da subvenção. Isso é problemático. Os produtores brasileiros ainda pensam em seguro como um custo e não como um investimento”, diz.
OS SUÍÇOS VÊM AÍ
Modalidades em que a UBF quer avançar
Modalidade
Cobertura
Pecuária
Vida do animal e possibilidade de auxílio nos custos
Incêndio
Cobre a perda de área plantada, decorrente unicamente de incêndio
Patrimônio
Garante a mercadoria estocada, as benfeitorias e implementos
Florestas
Danos provocados por Incêndio às florestas de valor comercial