01/01/2010 - 0:00
NA CAIXA: produção brasileira pode se beneficiar de eventuais problemas na Flórida
Atenção, citricultores, o clima pode trazer boas notícias este ano. Ao menos para os produtores brasileiros. Isso porque o governo da Flórida anunciou o mau tempo e o greening, doença que dizimou boa parte dos laranjais estadunidenses e colocou abaixo a produção da última safra.
Com menos laranjas nos pés, abre-se uma janela de oportunidades para a indústria nacional, que pode ocupar o espaço deixado pelos americanos. As safras dos últimos anos colocaram no mercado mundial uma oferta acima do consumo, que caiu cerca de 17% desde 2001, devido à concorrência com outras bebidas, como chás e sucos de sabores variados.
Segundo Christian Lohbauer, presidente-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos – CitrusBR, até outubro do ano passado a safra na Flórida havia caído de 150 milhões de caixas para 136 milhões. “Com esse quadro, o Brasil deverá exportar mais suco para suprir a lacuna deixada pela Flórida”, explica. Segundo ele, caso haja uma demanda maior e uma melhor remuneração, os produtores podem ser beneficiados.
Do total de laranjas produzidas por aqui, 97% são exportadas em forma de suco concentrado. Em busca de recuperação, a CitrusBR, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações – Apex, está desenvolvendo uma campanha para incentivar o consumo de suco nos principais mercados.
“A Europa diminuiu em 10% o volume de compra e nos EUA nossas vendas caíram 20%.” De janeiro a novembro de 2009, a exportação de sucos concentrados e congelados ficou assim: 67% Europa, 20% EUA, 4% Suíça, 3% Japão, 2% China e 4% para outros destinos.
De toda a laranja produzida no Brasil, 85% está concentrada no Estado de São Paulo. A pequena Itápolis (SP) é a capital nacional da fruta, com aproximadamente 8,9 milhões de pés, em 31 mil hectares, segundo a Secretaria de Agricultura do Estado.
Lohbauer explica que vender mais não significa que o Brasil vá produzir mais laranja. “O País já tem um grande volume por safra. Temos que vender mais suco no mercado externo e fazer girar a nossa produção.”