01/01/2010 - 0:00
Diversidade: podem ser cultivados todos os tipos de vegetais e frutas de pequeno porte
Água: o sistema de cultivo por meio da hidroponia gera até 95% de economia de água
Bandejas: são movimentadas automaticamente e recebem diariamente a dose necessária de água e nutrientes
Já pensou na possibilidade de adquirir uma fazenda vertical? O que parece algo inusitado é a ideia central do Valcent Verti Crop, projeto criado pela empresa Valcent Products Inc., especializada em soluções ecológicas.
Com escritórios nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, a empresa teve autorização para desenvolver o projeto a partir de janeiro de 2009, e em novembro, a revista Times elegeu a tecnologia entre as “50 melhores invenções do ano”. À frente da empresa está Chris Bradford, um executivo que entre outras atividades foi assessor de desenvolvimento de negócios do governo britânico.
A produção da fazenda vertical é feita dentro de estufas, longe da terra, no sistema de hidroponia e com condições climáticas controladas. As plantas são cultivadas em pequenas bandejas monitoradas por um mecanismo automático que as movimenta até o local onde recebem água e nutrientes.
O investimento para o produtor é relativamente baixo, US $ 500 para cada 100 metros quadrados, incluindo preparação do terreno e custo de construção. “Com esse sistema é possível obter um volume de colheita até 20 vezes maior, quando comparado ao método de agricultura tradicional”, disse Bradford à DINHEIRO RURAL .
Chris bradford: “O VertiCrop pode aumentar em 20 vezes o volume de colheita”
Além disso, o sistema pode ser adaptado às necessidades de cada tipo de produto, não utiliza pesticidas e pode reduzir o consumo de água e energia para 5% em relação à horta convencional, diminuindo os custos e aumentando a receita.
O diretor ainda comenta que a VertiCrop pode ser instalada em ambientes próximos às cidades, barateando o transporte e reduzindo a emissão de poluentes. Engana-se quem pensa que a fazenda vertical só pode produzir alimentos para seres humanos.
Aliás, a primeira VertiCrop foi comercializada e instalada, em junho do ano passado, num zoológico do Reino Unido. Em setembro de 2009, o parque lançou seu projeto de cultivo vertical a partir da parceria com a Valcent e a produção está em fase de testes.
Os números ainda não foram divulgados, mas Frediani Kevin, responsável pelo cultivo de plantas do zoológico, está satisfeito com as perspectivas. “Com o VertiCrop, poderemos produzir mais em um espaço menor.
Assim, reduziremos os custos com alimentação dos animais, que girava em torno de US$ 330 mil por ano.” Bradford explica que entre os motivos que levaram ao desenvolvimento dessa tecnologia estão as previsões de que no futuro, com o crescimento da população, faltará espaço para o cultivo de alimentos.
Um estudo feito pelo Programa de Segurança Alimentar da Universidade de Stanford reforça a tese. A pesquisa alerta que, até 2100, metade da população mundial poderá ficar sem alimentos por falta de áreas cultiváveis e variações climáticas.
Ao que parece, soluções como a fazenda vertical serão a tônica de um futuro próximo. Bradford que o diga. Na primeira semana de dezembro, ele anunciou ao mercado: “Estamos a finalizar as encomendas para seis VertiCrop, que incluirão ordens de cultivadores comerciais no Reino Unido e na América do Norte.”