01/05/2009 - 0:00
Nos últimos anos as usinas de açúcar e álcool se profissionalizaram de uma forma jamais vista antes. As novas plantas, controladas em sua maioria por multinacionais, já nascem com milhões de dólares em equipamentos e softwares, por isso precisam de proteção extra. De olho neste mercado promissor, as seguradoras vêm investindo cada vez mais em produtos voltados exclusivamente ao setor sucroalcooleiro. E não têm do que reclamar. Mesmo em meio à crise e com a queda dos preços do etanol no mercado externo, a contratação de seguros por parte das usinas cresceu 100% em 2008. Os seguros cobrem os mais variados riscos operacionais das usinas, como explosões, incêndios, vendavais, queda de raios, quebra de maquinários, danos elétricos e até perda dos estoques. Tudo para minimizar as chances de que algo dê errado e gere prejuízos aos acionistas. O investimento para a contratação de um seguro varia de acordo com o porte da usina, mas gira em torno de R$ 30 mil a R$ 500 mil ao ano para uma processadora média, com capacidade de moagem entre três e cinco milhões de toneladas ao ano. Para usinas maiores, o investimento pode ultrapassar a barreira de R$ 1 milhão.
O valor pode até ser considerado alto, mas ninguém quer correr o risco de levar um prejuízo milionário. “O investimento para a contratação de um seguro é alto, mas é fundamental, principal mente em operações grandes, como a nossa. Mexemos com materiais inflamáveis, caldeiras, por isso não dá para arriscar”, afirma Ricardo Melo, gestor financeiro da Guarani Açúcar, Etanol e Energia, lembrando que uma explosão em uma caldeira, por exemplo, pode gerar prejuízos superiores a R$ 10 milhões.
Ainda de acordo com o executivo, a Guarani nunca teve problemas mais sérios em suas plantas, mas costuma acionar o seguro para reparar pequenos danos causados pela oscilação da corrente elétrica nos equipamentos. “Na maioria das prevezes são danos fáceis de arrumar, mas qualquer hora pode acabar estragando um equipamento mais caro. Aí é fundamental contar com uma cobertura”, diz.
Hoje já existem cerca de 100 plantas seguradas no Brasil, mas a tendência é que com a recuperação do setor este número cresça a um ritmo ainda mais forte nos próximos anos. “A capacidade instalada do setor sucroalcooleiro precisa de proteção para se garantir contra eventuais perdas financeiras decorrentes de acidentes, como em qualquer outro setor”, completa Carlos Almeida, vice-presidente de Riscos Industriais e Comerciais da SulAmérica Seguros, empresa pioneira nesse tipo de serviço.
Nicholas Vital