A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria continua elevada e subiu para 72% em agosto, segundo Sondagem Industrial divulgada nesta quinta-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em julho, a UCI foi de 71%.

De acordo com os dados da pesquisa, o porcentual verificado em agosto se iguala ao de agosto de 2014 e supera o registrado em agosto dos anos subsequentes. Já o índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual ficou praticamente estável de julho para agosto, variando de 48,0 pontos para 47,8 pontos.

A Sondagem indica ainda novo crescimento da produção na passagem de julho para agosto. Segundo a CNI, esse é o quarto mês consecutivo em que os empresários da indústria de transformação e extrativa, de todos os portes, apontam crescimento da produção na comparação ao mês anterior.

O índice de evolução da produção ficou em 53,0 pontos em agosto, acima da linha divisória de 50 pontos, que separa queda de alta da produção.

O emprego industrial também segue em trajetória de crescimento, segundo os dados da pesquisa. O índice que mede a evolução do número de empregados ficou em 52,3 pontos, acima portanto da linha divisória dos 50 pontos pelo quarto mês consecutivo.

“Destaca-se que, após registrar 50 pontos em abril, o índice aumentou nos quatro meses seguintes, mostrando que as contratações são cada vez maiores e disseminadas pela indústria. A tendência de crescimento do emprego se mostra longa: nos últimos 14 meses, índice ficou acima dos 50 pontos em 13”, destaca a CNI.

Estoques

O índice de evolução do nível de estoques ficou em 49,7 pontos em agosto. Segundo a CNI, como o valor ficou muito perto da linha dos 50 pontos, indica que os estoques ficaram próximos da estabilidade nesse mês.

Já o índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado praticamente não mudou, passando de 48,7 pontos em julho para 48,6 pontos em agosto.

“O índice mostra, portanto, mais um mês em que os estoques ficam abaixo do planejado pelas empresas. A estabilidade nos últimos três meses revela que a distância entre o observado e o desejado pelas empresas se manteve no período”, destaca a pesquisa.

Expectativas

A Sondagem mostrou que os índices de expectativas recuaram entre agosto e setembro, mas todos ficaram “bem acima” dos 50 pontos, o que revela “elevado otimismo” dos empresários da indústria.

O índice de intenção de investimento recuou de 59,0 pontos para 58,5 pontos de agosto para setembro. Apesar da queda, destaca a entidade, o índice está muito acima de sua média histórica (50,5 pontos) e é o maior para o mês desde o início da série. “A intenção de investir segue elevada por conta do otimismo ainda elevado, combinado a uma alta utilização da capacidade instalada.”

A Sondagem foi feita entre os dias 1º e 15 de setembro, com 1.929 empresas, sendo 779 de pequeno porte, 671 de médio porte e 479 de grande porte.