O tráfego intenso de caminhões tem mudado a rotina da pacata cidade de Pirapora, no noroeste de Minas Gerais. Todos os dias, os moradores observam o crescimento do número de carretas carregadas de soja que cruzam as estradas nas redondezas do município. A maioria tem o mesmo destino: o novo terminal logístico de Pirapora, inaugurado pela multinacional brasileira Vale, há pouco mais de três meses. Um investimento de R$ 300 milhões, feito por meio da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A empresa está de olho no potencial produtivo daquelas terras, para encher seus vagões de grãos. A estimativa é de que a movimentação agrícola naquela região cresça cerca de 50% em 2010, chegando a 650 mil toneladas. Até 2013, o terminal de Pirapora deve movimentar cerca de três milhões de toneladas de grãos ao ano, o que responderia por 30% do total transportado pela operadora. “Nós vínhamos observando que a região tinha um alto potencial para o cultivo de grãos e vislumbramos a oportunidade de montar um projeto logístico que fomentasse uma demanda para transporte. É um modelo que tornará a agricultura dessa região extremamente competitiva”, afirma o diretor-presidente da FCA e diretor de logística da Vale, Marcelo Spinelli.

O plano é criar alternativas de transporte eficientes, atraindo investidores e, consequentemente, aumentando a demanda pelos seus serviços. Hoje o segmento de logística da empresa responde por 4,6% da receita operacional, que fechou em US$ 23,9 bilhões em 2009. Pelos trilhos da operadora passam cerca de 6,5 milhões de toneladas de grãos. “Pretendemos elevar esse volume para 8,8 milhões de toneladas, o que representará um crescimento de 34%, e o terminal de Pirapora é importantíssimo nesse contexto”, afirma Spinelli.

O novo terminal, que conta com ligação ferroviária, galpões e ostenta um dos maiores silos do Brasil, tem capacidade para armazenar cerca de 18 mil toneladas.