13/04/2021 - 13:59
São Paulo, 13 – As vendas de etanol pelas unidades produtoras do Centro-Sul do Brasil na safra recém-encerrada 2020/21 (abril de 2020 a março de 2021) alcançaram 30,79 bilhões de litros, o que corresponde a uma queda de 7,49% na comparação com o ciclo anterior. As restrições à mobilidade em 2020, em virtude da pandemia do novo coronavírus, fizeram com que o volume vendido retornasse aos níveis observados na safra 2018/2019, informa a União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica), em levantamento divulgado nesta terça-feira.
Do total vendido pelas usinas do Centro-Sul no ciclo que se encerra, 2,70 bilhões de litros foram destinados ao mercado externo (crescimento de 40,88%) e 28,10 bilhões de litros foram comercializados internamente (retração de 10,44%).
O diretor Técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, informa no comunicado que “a oferta do biocombustível acompanhou os movimentos na demanda por parte do consumidor final que, por causa dos acontecimentos de 2020, reduziu drasticamente a compra de combustíveis”. De acordo com o diretor, apesar da produção recorde de açúcar, o setor produziu volume de etanol mais do que suficiente para garantir o abastecimento interno no mercado de combustível e, adicionalmente, ofertar volume extra de álcool sanitizante utilizado durante a pandemia de Covid-19.
“O estoque de etanol no final da safra é praticamente o mesmo observado no início deste ciclo, garantindo o equilíbrio entre oferta e demanda para os próximos meses”, garantiu Rodrigues.
Já as vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil, em março, tiveram aumento, mesmo com a queda observada na segunda quinzena do mês. No total, foram comercializados 2,41 bilhões de litros no mês passado, sendo 162,36 milhões de litros destinados à exportação e 2,25 bilhões de litros ao mercado doméstico.
No mercado interno, o aumento nas vendas decorre da comercialização de 1,48 bilhão de litros de etanol hidratado. Pela primeira vez na safra, as vendas domésticas de etanol hidratado apresentaram aumento em relação ao mesmo período de 2019: 1,48 bilhão de litros este ano, ante 1,39 bilhão de litros registrados no último ano (crescimento de 6,39%).
“Essa comparação deve ser realizada com cautela por causa dos efeitos da pandemia. De todo modo, o resultado do mês mostra que o consumidor deu preferência ao hidratado em virtude do diferencial de preço do biocombustível em relação ao valor da gasolina”, concluiu Rodrigues.