Embora aposte em uma manutenção dos acordos construídos, o deputado federal reeleito José Guimarães (PT-CE), vice-presidente do PT, afirmou nesta terça-feira, 6, que o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição pode mudar no plenário do Senado. Hoje, o relatório da PEC elaborado por Alexandre Silveira (PSD-MG) foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado com uma ampliação de R$ 145 bilhões do teto de gastos por dois anos para pagar o Bolsa Família.

O vice-presidente do PT acredita que a negociação feita pelo senador Jaques Wagner (PT-BA) vai garantir a aprovação, no plenário do Senado, do relatório de Silveira aprovado mais cedo na CCJ. “Se teve essa articulação toda, provavelmente será o relatório do plenário, mas vamos aguardar. O plenário do Senado é que decide, pode alterar se quiser. Pode alterar no plenário, mas senadores que vão tratar”, afirmou o deputado, após acompanhar encontros do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com lideranças de Solidariedade, PSB e PDT.

Guimarães comemorou a aprovação da PEC na CCJ e disse que Lula fez o mesmo, com uma reação “tranquila” e “positiva”. “Se não é tudo aquilo que o governo eleito queria, é bom começo, acho que já dá estabilidade para começar o governo”, seguiu o parlamentar, em referência à desidratação da proposta no Congresso.

Para Guimarães, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), têm sido “muito corretos” com Lula e o acordo de aprovar na Câmara o texto do Senado será cumprido. “Acho que vamos montar um bloco de governo muito forte na Câmara para dar governabilidade”, avaliou o vice-presidente do PT, responsável pela articulação do partido no Congresso.